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Segundo sindicato, um em cada três professores da rede estadual de SP aderiram à greve hoje; secretaria fala em 5%

Do UOL*, em São Paulo

14/03/2012 18h49

Os professores de escolas públicas estaduais de São Paulo aderiram a paralisação nacional de três dias convocada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e iniciada hoje (14). A principal reivindicação dos docentes é a destinação de um terço da jornada de trabalho para atividades extraclasse, regra prevista na lei que criou o piso salarial da categoria.

Segundo Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), cerca de 35% dos professores participaram da paralisação. "Esse índice deve aumentar amanhã e na sexta deve chegar a 80%", afirmou Maria Izabel. A assembleia do sindicato está marcada para sexta-feira (16).

A Secretaria de Educação do Estado afirma que 5% dos professores não compareceram às aulas nesta quarta. De acordo com a secretaria, o número "corresponde a média diária habitual". A rede estadual de São Paulo atende cerca de 4,2 milhões de estudantes, tem 220 mil professores e 5,3 mil escolas.

A Lei Nacional do Piso Salarial do Magistério Público foi criada em 2008 e determina um valor mínimo que deve ser pago a professores com formação de nível médio e jornada de 40 horas semanais, sendo um terço desse tempo destinado às atividades extraclasse. Segundo a Apeoesp, a secretaria estadual cumpre a remuneração mínima de R$ 1.451, estipulado para 2012, porém, no que se refere à jornada de trabalho, o entendimento que o governo faz da legislação diverge da interpretação do sindicato. A entidade defende que o tempo de sete aulas seja dedicado a atividades como correção de provas e preparação das aulas. No planejamento atual, esse período é de apenas uma aula.


O conflito de interpretações ocorre porque, segundo a secretaria, cada aula deveria ter 60 minutos, mas, desde janeiro, tem apenas 50 minutos. O governo alega que os dez minutos restante servem para que os docentes promovam as atividades extraclasse. Entretanto, para a Apeoesp, esse período é destinado à mudança de salas de aula e atendimento a alunos.

Em nota, a Secretaria da Educação garante que "cumpre integralmente a Lei Nacional do Piso Salarial" e que os professores da rede estadual de ensino têm assegurada uma jornada em sala de aula correspondente a dois terços da carga horária total, que é o máximo permitido pela lei.

(Com informações da Agência Brasil)