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Alunos de Londrina (PR) só vão receber uniforme de verão no outono

Emerson Dias

Do UOL, em Londrina (PR)

11/04/2012 17h53Atualizada em 11/04/2012 18h04

A Secretaria de Educação de Londrina (PR) afirmou nesta quarta-feira (11) que os uniformes de verão para os 35 mil alunos da rede municipal de ensino só serão entregues em maio, no fim do outono. Até lá, os estudantes continuarão usando os uniformes antigos ou até mesmo roupas próprias para irem à escola. As aulas começaram no dia 2 de fevereiro.

“Fizemos primeiro o empenho [autorização contábil para compra] dos uniformes de verão esta semana e temos que aguardar o prazo de entrega (de 30 a 45 dias). Ainda temos que fazer o empenho das roupas de inverno, que são mais caras”, explicou ao UOL Educação a secretária municipal de Educação, Virginia Laço.

Os uniformes de verão (que incluem duas camisetas, bermuda e mochila para material) e de inverno (duas camisetas de manga comprida, blusa e calça de agasalho, previstas para junho) serão adquiridos de uma única empresa por um preço total de R$ 8,7 milhões. Somada à licitação dos tênis, vencida por outra indústria a um custo de R$ 1,9 milhão, a prefeitura de Londrina gastará R$ 10,6 milhões.

Material escolar e transporte

Além dos uniformes, parte dos estudantes terá problemas com o transporte escolar. A licitação para os ensino integral, que tinha prazo até ontem (10) para abertura dos envelopes, foi cancelada porque não houve empresas inscritas. Com isso, pelo menos mil crianças da zona norte de Londrina devem ficar sem ônibus. O preço máximo estimado na licitação era de R$ 3,6 milhões anuais.

Os alunos também não receberam ainda os kits de material escolar, previstos para o início do ano. Há 33 dias, a Justiça barrou a compra dos produtos a pedido do Ministério Público, que afirma ter havido diferenças gritantes entre os kits adquiridos por Londrina (com 506 mil habitantes) e por Maringá (outra cidade do norte do Paraná, com população de 357 mil pessoas e cerca de 28 mil estudantes da rede municipal de ensino).

A Secretaria de Educação maringaense gastou R$ 2,1 milhões para comprar 28 mil conjuntos de material escolar. Em Londrina, a licitação previa R$ 8,2 milhões para 35 mil kits. O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), afirmou na época que era “injusta a comparação do preço inicial com o preço final de uma licitação”, já que o valor final poderia reduzir em cerca de 35% o preço inicial. Barbosa disse ainda que o material da cidade vizinha era “inferior”, o que a prefeitura de Maringá negou.

O Ministério Público também pediu que Neto justificasse exigências extremamente detalhadas nos editais, como cola com tampa azul, régua de 30 centímetros com exatos 31,06 (incluindo as sobras do material plástico) e ainda apontadores de lápis em formato quadrado. Na época, o prefeito afirmou que "colas com outras tampas normalmente são fabricadas na China e não têm qualidade". A Secretaria de Educação está revendo, juntamente com a equipe contábil, os detalhes das planilhas.