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Cerca de 30 estudantes são retirados de prédio ocupado na Unifesp durante reintegração de posse

Do UOL, em São Paulo

06/06/2012 20h17Atualizada em 06/06/2012 20h21

Cerca de 30 estudantes que ocupavam um prédio do campus de Guarulhos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), desde o começo de maio, foram retirados do local nesta quarta-feira (6) pela Polícia Federal, com apoio da Polícia Militar, durante reintegração de posse determinada pela 1ª Vara Federal em Guarulhos. Os estudantes foram encaminhados à Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo. Segundo a PF, todos serão liberados após comprometerem-se a comparecer em juízo.

A polícia informou que não houve confronto e a desocupação, ainda que involuntária, aconteceu de maneira pacífica. Como os estudantes se recusaram a sair de forma voluntária do prédio, eles responderão por desobediência à ordem judicial. De acordo com a PF, esse é um "crime de menor potencial ofensivo, com penas de 15 dias a 6 meses de detenção e multa".

Um estudante que estava na ocupação e preferiu não ser identificado afirmou que não ocorreu violência física, mas que os alunos ficaram impressionados com a atitude dos policiais que "chegaram apontando armas na cara dos estudantes". Segundo ele, os policiais teriam quebrado uma impressora. O estudante também reclama da falta de diálogo com a reitoria.

O aluno disse que no momento a situação é calma e eles estão esperando a chegada dos advogados. "Um policial disse que se cooperarmos saímos daqui em quatro ou cinco horas", contou.

Imagens da sala onde os estudantes estariam antes da chegada da polícia podiam ser acompanhadas ao vivo pelo Twitter. A reportagem do UOL viu estudantes dentro da sala, conversando e gritando palavras de ordem contra a reitoria e os policiais. Por volta das 17h10, o vídeo gravado pelos estudantes mostrou policiais entrando no local e logo em seguida a transmissão foi interrompida.

Outra aluna que participa do movimento estudantil disse que os alunos não aguentam mais a greve: "A gente não aguenta mais estar em greve, mas ao mesmo tempo o reitor não quer negociar, isso fica claro quando ele coloca a polícia para ir contra os estudantes", afirmou. Os alunos estão em greve desde o dia 23 de março e uma das principais reclamações dos estudantes é a falta de estrutura da universidade. 

De acordo com a Justiça Federal, "a reintegração de posse foi determinada após o recebimento, pela 1ª Vara, de informações enviadas pela Unifesp sobre providências que foram adotadas desde 2010, ano em que havia ocorrido outra greve, para sanar as falhas que existiam na universidade apontadas pelos alunos".