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Escola particular do Recife barra estudantes com matriculas atrasadas

Fachada do Colégio Independência, em Recife - Carol Guibu/UOL
Fachada do Colégio Independência, em Recife Imagem: Carol Guibu/UOL

Carol Guibu

Do UOL, em Recife

07/08/2012 15h39

Três funcionários do Procon-PE vistoriaram na manhã desta terça-feira (7) um colégio particular do Recife denunciado por barrar estudantes que estariam com o pagamento das matrículas atrasadas. A vistoria aconteceu porque, ontem (6), cerca de 15 alunos do Colégio Independência, localizado do bairro da Estância, zona oeste do Recife, foram impedidos de entrar no local, depois de voltarem das férias.

Segundo a estudante Poliana Pereira, um funcionário da escola bloqueava a entrada do local, impedindo a entrada de estudantes que não constavam em uma lista de acesso. "Uma amiga minha, que estava na minha frente na fila deu o nome dela e entrou. Na minha vez, quando disse meu nome, ele [o funcionário] falou, na frente de todo mundo, que eu não poderia entrar porque não estava na lista. Fiquei com muita vergonha", desabafou.

Assim como Poliana, outros alunos não puderam entrar na escola nem para usar o banheiro, ou esperar os pais que iam buscá-los. "Minha mãe não pode vir na hora porque estava trabalhando. Não sabia o que fazer, o jeito foi esperar na rua, do lado de fora mesmo", afirmou o estudante Rubens Melo, que também foi barrado.

De acordo com alguns pais, a notícia de que seus filhos foram impedidos de entrar no colégio "veio de surpresa". "Eu estava em casa quando meu filho ligou dizendo que não podia entrar porque eu não tinha renovado a matrícula semestral. O estranho é que nunca vi, em qualquer outra escola, ter que renovar a matrícula no meio do ano", disse a dona de casa Marcia Batista.

Diante das queixas de pais e alunos, o diretor do Colégio Independência, Flávio Vieira, afirmou que a atitude do colégio foi tomada porque, "para estudar em um colégio particular, é preciso pagar". "Não fomos nós quem constrangemos os estudantes, mas sim os pais deles, que não tiveram a responsabilidade de regularizar a situação de seus filhos filhos junto à escola."

Para o coordenador geral do Procon-PE, José Rangel, a medida tomada pelo colégio foi "extremamente absurda". "Em primeiro lugar, instituições de ensino fundamental e médio não podem fazer renovações de matrícula semestrais, apenas anuais. O que esse diretor está fazendo é crime."

Ainda segundo Rangel, a escola será multada, e o caso encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco.