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Confira sete dicas para encontrar moradia no exterior; duração de intercâmbio é fator decisivo

André Zara

Do UOL, em São Paulo

28/09/2012 06h00

Escolher o tipo de moradia no exterior influencia diretamente o valor gasto com intercâmbio. Do aluguel de um quarto em casa de família a estadia em um ‘hostel’, a experiência afetará, positiva ou negativamente, seu cotidiano em outro país.

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    Quarto de Lucas Pavan Fritoli em residência estudantil em Colônia (Alemanha)

“O que determina a escolha da pessoa nessa hora é o seu orçamento, perfil, o tempo que permanecerá no exterior e as alternativas oferecidas pela cidade onde ficará”, afirma Fred Morais, gerente da agência de intercâmbio STB.

O UOL Educação conversou com especialistas e com pessoas que moraram no exterior e reuniu as principais dicas.

1. Empresas de intercâmbio facilitam o processo, mas cobram por isso

Agências de intercâmbio têm contatos de casas de família e residências estudantis e fazem a ponte entre o estudante e a moradia. Nesse caso, normalmente estão inclusos os gastos com todas as contas da casa (eletricidade, água, gás, internet) e o café da manhã.

A casa de família costuma ser uma boa opção durante um intercâmbio rápido, por incluir alimentação e limpeza do espaço. “É a mais eficiente para aprender a língua e a cultura, pois a pessoa estará imersa dentro de uma família e seu cotidiano”, afirma Adriana Tieppo, gerente de marketing da Information Planet.

Adriana avisa que o aluno deve entender que a relação é comercial, apesar dos laços afetivos que se formam. “Se o aluno não estiver recebendo os serviços que contratou, ele pode pedir para trocar de casa.”

2. Contratar os serviços sem intermediário reduz os custos

Quem quer economizar, pode entrar em contato diretamente com a escola de intercâmbio pela internet e assim conseguir informações sobre moradia na região escolhida.

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    Residência estudantil em Colônia (Alemanha)

O engenheiro de aplicação Lucas Pavan Fritoli, 25 anos, escolheu fazer tudo sozinho para passar três semanas estudando alemão na cidade de Colônia. Uma amiga recomendou a escola e ele entrou em contato por e-mail.

A instituição de ensino indicou uma residência estudantil parceira que ficava distante 30 minutos de trem. Apesar das informações incorretas no site, como indicar que era exclusivo para mulheres e que todos os quartos eram compartilhados, ele fez a reserva para junho deste ano - o preço de 300 euros compensava arriscar. “No final, eu fiquei no quarto sozinho e ele tinha até cozinha. Eu até podia morar mais perto da escola, mas seria mais caro ou teria que dividir”, explica.

3. Na internet, páginas de aluguel de quartos e de imóveis ajudam na busca

É possível usar sites como o AirBnB ou o Vacation Home Rentals para reservar quartos em casas de pessoas em todo o mundo e pagar com cartão de crédito. Nesse caso, o estudante negocia diretamente com o proprietário quantos dias ele vai ficar no imóvel e paga pela internet, já somada a taxa de limpeza e uma comissão cobrada pelo site.

4. Se a viagem é longa, saia do Brasil com moradia apenas para as primeiras semanas

O tempo de estadia é outro fator que deve ser considerado durante o intercâmbio. Segundo Marcela Amaral, gerente de produtos da IE, quem ficará por pouco tempo deve fechar a estadia completa.

Cursos mais longos exigem mais cautela na hora da contratação da moradia, então não feche todo o período em um único lugar. Se gostar, renove. Se não, mude.

5. Prepare-se para lidar com regras de locação rigorosas para estrangeiros

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    O estudante Marcelo Goes decidiu alugar um apartamento durante o período que ficou em Dublin

O estudante Marcelo Goes, 29, foi para Dublin (Irlanda) fazer um curso de seis meses de inglês. Por meio de uma agência, comprou as duas primeiras semanas de moradia em casa de família.

“Já cheguei com a missão de arranjar um lugar para morar. Apesar de ter pensão completa, a casa custava 560 euros por mês enquanto uma vaga em uma república saía por 240 euros. Outra vantagem era sua localização, bem mais próxima do centro”, conta.

Depois de alguns meses, alugou um apartamento de dois quartos, que dividiu com a namorada e outro casal. “O processo de locação foi complexo, com consulta de referências, comprovante de renda, entrevista e pagamento adiantado de um mês no aluguel. Mas o bom é que já vinha mobiliado.”

6. Universidades costumam ter residências estudantis com custos subsidiados

Em universidades, é comum existir residências estudantis, com custos subsidiados, ou um sistema integrado de vagas em repúblicas. Para isso, basta contatar a instituição de ensino em que o aluno está matriculado para pedir informações.

Procure saber se o país tem alguma política de auxílio para estudantes que possa abranger estrangeiros. A França, por exemplo, têm um sistema nacional de auxílio estudantil (CAF, sigla em francês) que reembolsa parte do gasto do universitário ou pós-graduando com aluguel.

7. Esteja aberto a novas experiências e preparado para problemas

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    Luciana Coelho foi estudar russo em São Petersburgo e ficou em casa de família

A empresária Luciana Coelho Mota, 34, conhece bem os fatos bons e ruins de ficar em uma casa de família. Em seu primeiro intercâmbio, em 1995, ela foi para a pequena cidade de River Falls, no interior dos Estados Unidos. Deveria ficar um ano, mas aguentou apenas um mês na residência.

“O pai da família era muito rigoroso e na época eu queria me divertir. Por isso, liguei para agência e mudei para um dormitório no campus da Universidade do Wisconsin”, conta Luciana.

Em 2000, Luciana decidiu embarcar em outra experiência e foi estudar russo em São Petersburgo (Rússia). Passou quatro meses em uma casa. “A cultura era muito diferente e a comida da mãe não era boa, por isso comia muito fast-food durante a viagem. Mas foi um grande aprendizado conviver com uma realidade tão diferente da minha.”
 

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