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Mochilão é boa opção para treinar, mas não para aprender idioma

William Maia

Do UOL, em São Paulo

28/03/2013 06h00Atualizada em 28/03/2013 16h25

Viajar um mês pela Europa ou fazer um curso intensivo de inglês nos Estados Unidos? Encarar uma especialização em marketing na Espanha ou fazer um tour pelos países andinos?

É natural que esse tipo de dúvida surja no momento em que se pensa em uma viagem para o exterior, e para definir a escolha entre um intercâmbio e um mochilão, mais do que o custo, é fundamental ter em mente o objetivo principal da viagem.

“Se a ideia é curtir, conhecer novos lugares, vivenciar outras culturas e treinar um idioma, o mochilão é uma ótima opção”, diz a empresária Marina Motta, autora do livro “Intercâmbio de A a Z”. Segundo ela, o custo de um mochilão pode ser semelhante ao de um intercâmbio em uma casa de família ou república, e por isso não deve ser determinante na escolha.

Com a experiência de quem fez 11 intercâmbios em seis anos, Marina ressalta que o “banho de civilização e cultura” de um mochilão é importante, mas vale menos na hora de entrar no mercado de trabalho, especialmente em profissões mais tradicionais como administração, direito, engenharia.

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“Quem pretende aprender uma língua ou melhorar sua qualificação profissional deve procurar um curso, que dê mais bagagem e um certificado de conclusão”, afirma. “O mochilão só dá um certificado de experiência de vida”.

Apesar de tipos diferentes de viagem, Marina Motta afirma que intercâmbio e mochilão não são excludentes. “Se você estiver na Europa, por exemplo, é perfeitamente possível fazer um curso de segunda a sexta e uma viagem no fim de semana. A proximidade entre os países e a falta de necessidade de visto deixa o custos muito mais baixos”, afirma. “Com isso, às vezes é possível se programar mais em cima, para uma viagem curta, ficando em albergues ou hotéis mais baratos”.

Turismo cultural

Segundo Marcelo Albuquerque, diretor da agência IE Intercâmbio, o estudante deve ficar atento quando optar por um pacote de turismo cultural, em vez de fazer o mochilão por si só. “Alguns pacotes engessam a viagem, com passeios muito pré-definidos, e fazem com que tudo fique 100% dependente dos guias, o que não é o ideal em uma viagem de turismo cultural”.

Albuquerque recomenda que, na Europa, por exemplo, o mochileiro opte sempre que possível  por fazer as viagens de ônibus ou de trem, para aproveitar a paisagem. Ele concorda que a melhor opção para quem quer aprender uma nova língua é fazer um intercâmbio fixo, mas também diz que é possível conciliar viagens nos fins de semana. “Nos dois casos, é possível conhecer novas culturas e fazer amigos”, afirma.