Estudantes cobram solução para crise em universidades privadas do Rio
A situação delicada das universidades Gama Filho e Univercidade, pertencentes ao Grupo Galileo de Ensino, que vêm atravessando uma crise financeira, motivou nessa terça-feira (9) protesto de estudantes ligados à UEE (União Estadual de Estudantes) e à UNE (União Nacional de Estudantes). Eles se reuniram na praça anexa à Igreja da Candelária, no centro da cidade, para denunciar a crise nas instituições. Segundo eles, o problema coloca em risco os empregos dos funcionários e o estudo de quase 60 mil alunos. A manifestação fez parte da Jornada Nacional de Lutas da Juventude Brasileira.
A crise no grupo de ensino já motivou inclusive a criação de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), que deverá apresentar seu relatório final no próximo dia 18. O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PDT), evitou detalhar o conteúdo do relatório, mas adiantou que haverá indiciamentos.
“A situação é muito preocupante, porque os cursos foram interrompidos. Estamos fazendo um esforço grande, paralelamente aos resultados da CPI, na tentativa de que tudo volte à normalidade, respeitados os direitos dos trabalhadores e a ansiedade dos alunos, que querem ver os cursos tendo continuidade. Seguramente, vamos ter vários indiciamentos”, disse Paulo Ramos.
O vice-presidente da UNE no Rio, Edson Santana, também demonstrou preocupação com a crise financeira do grupo de ensino. “Esta é a principal bandeira de lutas da UNE e da UEE no estado do Rio de Janeiro, no que diz respeito às universidades privadas. Temos acompanhado as mobilizações dos estudantes da Gama Filho e da Univercidade, prestando solidariedade aos funcionários dessas duas instituições. Hoje a gente percebe a necessidade de se regulamentar o ensino superior privado no Brasil. Não dá para grupos que são sociedades anônimas dizerem que vão administrar essas universidades e acabar por levá-las ao fundo do poço”, ressaltou Santana.
O secretário-geral da UEE, Ronald Luiz dos Santos, sugeriu uma atitude mais decisiva do Ministério da Educação. “As universidades foram compradas pelo Grupo Galileo Educacional e, desde então, vêm demitindo professores, fechando campus, precarizando a educação e deixando os estudantes totalmente reféns da incerteza. Por isso, pedimos solução e intervenção do Ministério da Educação na questão, incluindo a estatização das universidades”, disse Santos.
A estudante Larissa Cristina Garcez, presidente da Umes (União Municipal de Estudantes Secundaristas) de Volta Redonda, defendeu uma solução imediata para a situação da Gama Filho e da Univercidade. “As universidades particulares são importantes, porque, além dos movimentos estudantis, também abrigam movimentos sociais. A situação dos professores está muito precária, mas nós sabemos que existe dinheiro para pagá-los”, destacou.
A Universidade Gama Filho foi procurada por meio dos números telefônicos disponíveis em sua página na internet, que só davam sinal de ocupado. A atendente do número 0800, que é o mesmo da Univercidade, informou que não havia nenhum número telefônico disponível para entrar em contato com a assessoria de imprensa ou com a reitoria. Foi enviado um e-mail para o endereço repassado pela atendente, com pedido de resposta sobre o assunto, mas até o momento da publicação desta matéria não houve resposta.
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