Priorizar matérias por afinidade é um dos segredos dos aprovados na OAB

Depois de encarar cinco anos de faculdade, o bacharel recém-formado não pode sair abraçando causas sem antes ser aprovado no Exame de Ordem da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). E é nessa hora que o desespero bate para muitos candidatos, já que a maioria não passa logo na primeira tentativa. Então, qual será a fórmula dos mais bem aprovados no exame?

Para as advogadas Rafaela Presses, 23, e Jéssica Hipólito, 22, aprovadas no primeiro Exame que prestaram, em 2012, quando ainda cursavam o último ano da FDSBC (Faculdade de Direito de São Bernado do Campo), o segredo foi estudar mais as matérias com as quais tinham mais afinidades.

“Não me dediquei exclusivamente a nenhuma matéria, mas sempre começava a resolução das questões pelas disciplinas que me identificava. Em uma prova de múltipla escolha é possível se dedicar às matérias que você sabe e não as de maior peso”, diz Rafaela

Jéssica foi pelo mesmo caminho, sem deixar de fora as matérias com maior incidência na prova. “Para a 1ª fase optei em dar preferência às matérias mais cobradas no Exame e às que eu tinha mais compatibilidade, porque acho muito mais fácil estudar o que gostamos de ler”, diz a advogada, aprovada no 6º Exame da Ordem.

Programe a época ideal para estudar

Conciliar o último ano da faculdade, trabalho ou estágio e ainda estudar para o Exame requer um bom planejamento pessoal. É por isso que escolher o melhor momento do ano para prestar a prova é um dos primeiros passos na organização de uma rotina que não atrapalhe os estudos.

“Estudava no período noturno e estagiava durante o dia. Optei por estudar para a primeira fase nas minhas férias da faculdade, em janeiro de 2012”, conta Jéssica. Na segunda fase, ela também se reprogramou para manter uma rotina de estudos focada no Exame. “Me inscrevi num cursinho aos sábados e duas semanas antes da prova, tirei férias no trabalho para estudar mais durante o dia e continuar a frequentar a faculdade normalmente”.                                       

Entenda qual é o seu ritmo de estudo

Rafaela optou por uma rotina não tão pesada de estudo. “Um dia antes da prova li o Código de Ética e as minhas anotações do Dia D [como é chamado o dia de estudos dedicado a rever os principais pontos da prova em alguns cursinhos jurídicos]. Gastei menos de uma tarde para fazê-lo. No dia seguinte fiz a prova e passei”, conta.Já Jéssica estudou até no dia da prova. “Não me atrapalhou nem me deixou nervosa”. 

Nenhuma das duas deixou o estágio para dedicar mais tempo aos estudos, mas a combinação trabalho e estudo para o Exame da Ordem não funciona para todos.

A paulista Iasmin Montoni, 25, se formou em 2010 e, com a rotina dividida, acabou não passando no primeiro Exame. “Percebi que só a faculdade não seria suficiente. Então saí do trabalho para estudar mais”, diz. A rotina mudou. Das 8h às 12h ficava no cursinho, almoçava perto e depois voltava para a sala de aula para estudar. Com a carga de estudos maior, ela passou na segunda tentativa.

Equilibrar lazer e concentração

O lazer, se equilibrado, pode ser um aliado nos estudos e ajudar o candidato a ficar mais tranquilo. “Eu deixava os momentos de lazer para as ocasiões em que me sentia cansada de estudar”, diz Jéssica.

Rafaela acredita que conciliar estudos e lazer quando se vai prestar uma prova como essa, é a tarefa mais difícil. Então, durante o período de estudo ela evitou festas e programas mais agitados. “É importante estar relaxado. Sair menos não impede um jantar com amigos em restaurantes ou encontros durante o domingo à tarde”, diz a advogada.

Além de todo o estudo, Rafaela conta que existem duas atitudes que fazem toda a diferença para qualquer pessoa: concentração e confiança. “A concentração nas aulas e nos exercícios facilita muito os estudos. Uma aula que você assista com atenção e compreenda é uma matéria eliminada dos estudos antes do Exame”.

10º Exame

A primeira fase do próximo Exame está marcada para 28 de abril, das 13h às 18h. A segunda fase está prevista para 16 de junho. O último exame, realizado em fevereiro deste ano, alcançou quase 90% de reprovação. Dos 114.763 candidatos inscritos, apenas 19.134 foram aprovados na primeira fase.

Além de ser condição obrigatória para se advogar, a carteira da OAB também é exigida para prestar concurso para diversos cargos públicos, como procurador do Estado e advogado da União.