Alunos de medicina encerram greve, mas continuam sem aula na UFSCar
Mesmo com a suspensão da greve que durou 82 dias, os alunos do curso de medicina da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) não têm previsão de retorno às aulas. Isso porque ainda será preciso contratar, segundo o reitor Targino de Araújo Filho, 31 médicos preceptores – profissionais da rede pública que orientam os alunos.
O edital para a seleção dos médicos foi divulgado no dia 24 de maio pela UFSCar e tem validade de 30 dias – podendo ser prorrogado. Durante o prazo, os profissionais, que já fazem parte da rede municipal de saúde, poderão ser credenciados para monitorar os alunos se atenderem aos requisitos da universidade.
Segundo o edital, os médicos credenciados podem ser chamados em até 20 dias. Eles recebem uma bolsa de aproximadamente R$ 20 por hora/aula.
O reitor da UFSCar, disse que espera que isso ocorra “o mais rápido possível”, mas que ainda não há previsão para o preenchimento das vagas. Até lá, as aulas permanecerão suspensas.
A greve dos alunos de medicina começou no dia 15 de março. Além da falta de médicos preceptores, os estudantes afirmam que as "condições mínimas para a realização de um curso de medicina não foram conquistadas".
Em assembleia na terça-feira (4), eles decidiram suspender a paralisação e pedir o fim do curso de medicina da UFSCar. “Isso não passa pela nossa cabeça”, respondeu o reitor.
O movimento dos alunos ainda reclama da falta de um hospital-escola e de laboratórios. “Já pedi a federalização do hospital municipal [que passaria a ser universitário] e os ministérios da Saúde e da Educação já sinalizaram de maneira positiva”, afirma Araújo. O reitor diz que aguarda a manifestação da Prefeitura de São Carlos autorizando a transferência – o que também não tem prazo para acontecer.
Em 2012, foram 8.439 inscritos para as 40 vagas oferecidas no curso de medicina da UFSCar – uma concorrência de aproximadamente 210 candidatos por vaga.
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