Polícia indicia funcionárias de creche do RS por suposta prática de tortura
Duas funcionárias de uma creche e a ex-diretora da instituição foram indiciadas pela Polícia Civil gaúcha em um caso de maus tratos a crianças. Os supostos abusos teriam ocorrido em uma escola infantil na cidade de Monte Alegre dos Campos (282 km de Porto Alegre), nordeste do Estado.
Conforme o inquérito, que foi remetido à Justiça nesta quarta-feira (3), uma atendente e uma merendeira agrediam as crianças e praticavam contra elas terror psicológico. O Ministério Público ainda precisa opinar se encaminha a denúncia ao juiz. Um dos defensores fala em perseguição política.
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As investigações duraram cerca de seis meses. A DPCA (Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente) do município vizinho de Vacaria, com base em depoimentos, constatou que as duas funcionárias impediam que as crianças fossem ao banheiro, forçavam sua alimentação e praticavam diversos castigos para que elas ficassem quietas. A diretora da escola foi indiciada por omissão. Caso condenadas, as penas das duas primeiras podem chegar a oito anos de prisão, enquanto a da administradora, quatro.
A prefeitura da cidade também abriu um processo administrativo para avaliar a conduta das servidoras. Mais de trinta pessoas foram ouvidas. Conforme uma fonte da prefeitura, que preferiu falar à reportagem sob condição de anonimato, a sindicância está em andamento, mas em caráter conclusivo. E o que se tem até o momento não permite uma absolvição nem uma condenação.
Os advogados de defesa das indiciadas foram procurados pela reportagem. Um deles afirmou que só se manifestaria mediante autorização de sua cliente, mas até o fechamento dessa matéria não havia dado retorno.
Para o advogado Clóvis Rodrigues da Silva Júnior, que defende uma das indiciadas, a acusação é de cunho político. "Monte Alegre dos Campos é uma cidade pequena, mas com muita disputa política. Em virtude disso, as pessoas que não apoiam o prefeito têm feito retaliações. Acompanhei todo o procedimento administrativo e nada se comprovou em nenhuma das acusações."
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