Relator diz que texto do Senado sobre royalties é retrocesso
O relator do projeto dos royalties, André Figueiredo (PDT-CE), fez nesta quarta-feira (10) críticas ao texto aprovado no Senado, a pedido do governo, e defendeu --durante apresentação do seu relatório-- a rejeição de todos os substitutivos aprovados pelo Senado, exceto que restabelecia a obrigatoriedade dos Estados e municípios de destinarem os recursos dos royalties para contratos assinados após três de dezembro, de 2013.
O argumento foi o principal usado pelo governo, que dizia que a inclusão da obrigatoriedade a contratos interiores poderia ser questionado na Justiça.
“O texto do Senado representa um grande retrocesso. Aprovamos aqui destinar 50% dos recursos do fundo. Apenas 50% de rendimentos, como quis o Senado, é conversa mole para boi dormir, pois quantitativamente não representa nada”, afirmou.
LEIA MAIS
- Royalties: Projeto do Senado reduz em R$ 171 bi previsão de repasse para educação e saúde
- Líder do governo no Senado nega redução de repasses de royalties para educação e saúde
- Royalties: Governo tenta convencer base aliada a votar texto do Senado
- Senado mantém 75% dos royalties a educação, mas texto prevê menos recursos
- Royalties: PL aprovado na Câmara destina dez vezes mais recursos à área social que texto do governo
O projeto começou a ser discutido em plenário por volta das 18h desta quarta. Os deputados tentaram votar o texto na noite terça (9), o que foi impedido pelo debate de outras pautas.
Pelo texto da Câmara, seriam distribuídos à saúde e à educação os royalties arrecadados em áreas cuja declaração de comercialidade tenha ocorrido a partir de 3 de dezembro de 2012, mas o relator acolheu a redação do Senado, que restringe a distribuição para os contratos celebrados a partir de 3 de dezembro de 2013.
Outro ponto polêmico do projeto diz respeito ao Fundo Social do Pré-Sal. Pelo texto do Senado, 50% dos rendimentos do fundo irão para educação e saúde, enquanto o texto da Câmara aplica 50% do fundo nas áreas sociais. Figueiredo defende o texto aprovado pelos deputados.
O Fundo Social é composto pelos recursos dos acordos de utilização celebrados entre a empresa Pré-Sal Petróleo S.A. e futuros concessionários ou contratados sob o regime de partilha de produção. Figueiredo disse que o campo de Libra, que está em processo de licitação, vai render cerca de R$ 15 bilhões em bônus de assinatura para o Fundo Social. "Esse recurso vai para superavit primário", criticou.
Debate
O líder da minoria na Câmara, Nilson Leitão (PSDB-MT) argumentou que, na prática, com o texto do Senado, os recursos só passarão a ser investidos na educação e saúde daqui a oito anos.
"O texto do Senado só vai valer a partir de 2021. E esse da Câmara vale a partir de agora. Para quer deixar esse dinheiro na poupança? É uma coisa imbecil, equivocada. O futuro é agora, tem que investir já", afirmou.
O líder do governo, José Guimarães, questionou os números levantados pelo relator e disse que eles são "fictícios", pois não há previsão de recursos do pré-sal.
“Apareceram com R$ 280 milhões, que não sei como apareceu, pois tudo ainda é possibilidade. São números fictícios, pois não sabemos os recursos do fundo social. Ninguém sabe! Criou-se uma fantasia de que isso era suficiente para resolver a educação desse país”, alegou.
A CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) faz manifestação de apoio à proposta inicialmente aprovada na Câmara, pedindo a rejeição de todos os substitutivos votados pelos senadores.
*Com informações da Agência Câmara
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.