Em Curitiba, estudantes temem matemática e biologia no Enem

“Matemática sempre me assusta”, confessa a candidata Camila Fagundes, 20 anos, que em 2013 tenta pela quarta vez um resultado no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que permita a ela cursar medicina.

“No ano passado faltaram bem poucos pontos, mas eu cansei. Agora eu vou tentar matrícula em desenho industrial também”. Ela veio fazer a prova na PUC-PR com a amiga Dayane Canuto, 20 anos, que deseja trocar de universidade.

Dayane estuda engenharia da computação numa faculdade particular, mas trancou a matrícula neste ano por conta do alto preço da mensalidade. “Quero usar a nota do Enem para passar na Universidade Tecnológica do Paraná. Eu não tenho problema com matemática, e sim com biologia e química”, admite. Carol Brandão, 16 anos, também quer cursar medicina o ano que vem.

“Em 2014, já vou ter 17 anos”, comemora. “Matemática é tranquilo, tenso  vai ser fazer a prova de redação amanhã”,  diz. Sua concorrente, Camila, com mais experiência no Enem, torce para que neste ano “as questões estejam mais bem elaboradas. Teve vezes em que as questões eram muito ambíguas”, reclama.

“A solução é marcar A de Aleluia, D de Deus, A de Aleluia, D de Deus”, disse rindo Diego Puchalski, 16 anos, amigo de Camila. Ela veio acompanhada do pai, Paulo Brandão, e Diego tinha a companhia de um amigo, Alfredo Antunes, 44 anos, instrutor de auto escola. “Tenho alunos meus fazendo a prova aqui na PUC-PR. Um deles está no meu bloco”, conta Paulo. Ele quer cursar Sociologia e Diego está interessado em Biologia. “Tem que ser numa universidade pública, não tem outro jeito”, explica Diego.

Jair Lustoza, 53  anos, trabalha no departamento de telecomunicações do HSBC e fará o Enem para subir dentro da empresa.  “Quero cursar algo na área de informática, para aproveitar no trabalho. Eu não fiz cursinho, vai ser no peito e na raça”, conta. A PUC-PR, no Prado Velho, é um dos locais de prova com mais inscritos. No Paraná, 354 mil pessoas farão o exame.