Pais economizam até R$ 2.000 trocando livros em escola de SP
Os pais que têm filhos em idade escolar já sabem: todo fim de ano chegam as duas temidas listas, a de material escolar e a dos livros didáticos que serão usados no próximo período letivo. Para muitos, só pesquisar o melhor preço não basta. Economizar mesmo virou sinônimo de trocar livros usados.
Essa foi a ideia de um grupo de pais do Colégio Pio XII, localizado no Morumbi (zona oeste de SP), que há dez anos montaram um projeto chamado de Bibliotroca. O mecanismo é simples: os pais separam os livros didáticos que não serão mais usados e doam para o projeto. Em troca, ganham créditos (um por livro) para trocar no material disponível ali mesmo.
“Vale muito a pena, principalmente os paradidádicos [de leitura]. Eles estão novos, em bom estado mesmo, e acabamos ensinando as crianças a conservarem o livro para ser aproveitado no próximo ano por outro aluno”, diz Silvia Fontana, proprietária de uma empresa de informática. Ela é mãe de quatro filhos, três deles estão em idade escolar. “Este ano, a soma de todos os livros daria R$ 3.000. Com a troca, eu vou gastar R$ 800”, afirma.
O projeto funciona em uma pequena sala na escola, aberta e administrada por mães de alunos que trabalham de forma voluntária. Em algumas épocas, a procura é tão grande que as elas distribuem senhas para organizar o recebimento e a seleção do material.
“Não dá para conseguir todos os livros na hora, é preciso ter paciência, voltar várias vezes para ver se chegaram mais livros, e às vezes tem fila de espera”, diz a fisioterapeuta Carla Torres, que tem dois filhos. “Eu consigo economizar no mínimo R$ 600 por filho. Dependendo do número de filhos que família tem, é uma super economia, quase o valor de uma mensalidade”, afirma.
Em bom estado
O sucesso do projeto só foi possível, porque existem regras para a doação de livros. Não são aceitos, por exemplo, materiais de alunos da educação infantil e os livros de exercícios. Também não vale publicação suja, rasgada ou rasurada.
“Quando as crianças são muito pequenas, os livros ficam muito desenhados. Então eles não servem [para a troca], não podem ser reaproveitados. O nosso foco é principalmente o ensino fundamental e os livros paradidáticos”, explica Mary Elizabeth da Rocha Azevedo, que é mãe de uma aluna e coordenadora da Bibliotroca. “Nós costumamos dizer que não são livros usados, são livros lidos”, diz.
Neste ano, a novidade são os uniformes, que também poderão ser trocados.. “Às vezes compramos uma bermuda nova em janeiro e, no fim do ano, já não serve mais. Está novinha, mas a criança cresceu”, diz a coordenadora do projeto ao explicar o porquê as mães incluíram também uniformes na troca. “A gente recebe uniformes limpos e em bom estado, não podem estar rasgados nem pintados”, afirma.
Os livros e uniformes do projeto também são doados (sem a necessidade de créditos) para filhos de funcionários do colégio.
No início de dezembro, logo depois da distribuição das listas de livros pela escola, a sala funciona no período da manhã. Em janeiro, ela reabre com horário agendado, para os pais que deixaram para a última hora ou esperaram até o último minuto para ver se aquele tão esperado livro já chegou na Bibliotroca.
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