Tive mais medo do avião do que das provas, diz aluna que foi para Índia
Sete estudantes de uma escola pública de São Paulo ainda não acreditam na oportunidade que tiveram. Em novembro do ano passado, eles embarcaram para Lucknow, na Índia, para representar o Brasil no Festival Internacional de Ciência Quanta 2014. A Escola Estadual Professor Luís Magalhães de Araújo foi a única da capital paulista a participar da competição, que exigiu conhecimentos em arte, biologia, ciência, engenharia, física, química e matemática.
“Nossa, foi uma experiência e tanto. Nos dedicamos muito para isso. E foi a primeira vez que viajei de avião. Estava morrendo de medo. Acho que tive mais medo disso do que das provas”, brincou Keila Karvalho, 17, futura estudante de direito. Na foto acima, é ela quem segura a bandeira do lado direito.
A jovem adorou a viagem: o que mais chamou a atenção dela foi a simplicidade dos indianos. “Eles vivem felizes com o pouco que eles têm. Aqui somos muito materialistas. Outra coisa é que a cultura deles é muito rica. Vi também que falam cinco idiomas”, contou Keila.
Jaqueline Cunha, 16, conta que só acreditou na viagem quando desembarcou na Índia. Até então, sair do Brasil era algo muito distante para ela e seus colegas, que nem passaportes possuíam: “No avião a gente se olhava e pensava: nossa, isso é mesmo verdade?”. Após se formar no ensino médio, a estudante pretende fazer biomedicina.
Diego Henrique, 18, também fez parte da equipe brasileira. O rapaz, que quer tornar-se engenheiro civil, ficou marcado por conhecer pessoas de outras nacionalidades. “Foi minha primeira viagem internacional e foi única. Havia russos, alemães e, até então, eu nunca tinha tido contato com pessoas de outros países. A competição durou quatro dias e depois fomos para os pontos turísticos", diz. "Nossa, o Taj Mahal é lindo.”
Em relação à competição, os alunos disseram que as provas foram bem difíceis e exigiram níveis de conhecimento de faculdade. “Tinha muita questão para pouco tempo. Era um minuto se eu não me engane para cada questão [50]. Meu nível de inglês é meio básico então acho que não fui muito bem por isso. Se fosse em português, teria ido bem melhor. Fiquei nervosa ”, explicou Jaqueline.
“Mas no geral, cada um deu o melhor possível. Todo mundo fez pensando na família que estava torcendo o Brasil, para representar a escola, não faltou dedicação. Nós nos dedicamos, demos tudo que podíamos”, acrescentou Keila.
Os alunos receberam medalhas de honra ao mérito pela participação.
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