Socióloga diz ter sido agredida por alunos ao filmar 'leilão de bixos'
Uma socióloga de 31 anos afirmou à Polícia Civil de São Carlos ter sido agredida ao filmar uma festa em uma república na cidade onde, segundo ela, ocorria um trote que estaria expondo calouros da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) a situações vexatórias. O caso será investigado.
Na festa, chamada de “Leilão dos Bixos”, veteranos apresentavam as calouras, chamadas de “bixetes”, comentavam os atributos físicos das alunas e iniciavam o leilão das mesmas. A plateia, em alguns momentos, pedia para que as universitárias tirassem a roupa. A “compra” no leilão tornaria a bixete apadrinhada do veterano que realizasse o maior lance.
“As meninas subiam no palco e, para cada atributo, os veteranos davam notas. Falavam se era virgem, se era hétero, se tinha atributos físicos diferenciados...foi uma situação extremamente constrangedora”, disse a vítima, que pediu para não ser identificada.
Segundo a socióloga, ela foi ao local depois de receber informações sobre o evento pelo Facebook e começou a gravar imagens do local para, depois, fazer a denúncia à polícia. Enquanto filmava, no entanto, veteranos perceberam o que ela fazia e teriam pedido para que outros companheiros não deixassem ela sair e arrancassem o celular com o qual fazia as filmagens das mãos delas.
Os estudantes partiram então em direção à socióloga, que tentou fugir. Na perseguição, os universitários agarraram a bolsa dela e seguraram os braços e o ombro dela, causando machucados. A socióloga, no entanto, conseguiu deixar o local e pediu ajuda a uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ela foi atendida e registrou a agressão na Polícia Civil, que solicitou exame de corpo de delito. O caso está sendo investigado.
Outra versão
A reportagem do UOL conseguiu falar com um dos organizadores do evento, que, sob condição de anonimato, desmentiu a versão dada pela socióloga. Segundo ele, a mulher invadiu a festa, para a qual não havia sido convidada, e os ferimentos foram causados quando ela caiu de uma escada. Não houve, na versão do estudante, nenhuma tentativa de impedir que ela deixasse o local.
Ainda de acordo com o universitário, os pedidos para que ela parasse de fazer a filmagem foram motivados pelo fato de o evento ser particular, realizado na própria residência dos organizadores. “Ela não foi convidada para entrar nem autorizada a fazer as imagens dentro da nossa casa”.
Investigação
Segundo a UFSCar, nenhuma denúncia formal sobre a festa foi feita e, por isso, a instituição não iria se pronunciar sobre o assunto. Já a delegada Denise Gobbi Szakal, responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher da cidade, informou que, como houve registro de um boletim de ocorrência por parte da suposta vítima, as investigações serão iniciadas com o interrogatório dos envolvidos.
“Iremos ouvir a vítima da agressão e também os demais envolvidos para determinar se houve crime”, disse. Ainda segundo ela, a investigação, a princípio, não irá abordar o trote, e sim a agressão.
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