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Menino é amarrado em creche no Rio, e pais denunciam por maus-tratos

Reprodução/Vídeo/O Globo
Imagem: Reprodução/Vídeo/O Globo

Do UOL, no Rio

22/04/2015 17h13

O casal Marcelo Henrique Gomes e Márcia Augusto Barbosa denunciou à polícia a creche-escola Sonho Meu, localizada em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, por maus-tratos contra o filho deles, um menino de quatro anos. A criança, que é deficiente, foi mantida amarrada a uma cadeira.

A cena foi registrada por meio de um vídeo feito pelo pai do menino. O advogado da família, Aílton Antônio da Silva, explicou que, no dia 23 de fevereiro, cerca de 20 minutos após deixar o filho no creche, Gomes retornou ao local e encontrou o filho amarrado. O material foi entregue à DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima) e divulgado nesta quinta-feira (22) pelo jornal "O Globo".

"Qual é o intuito de amarrar uma criança que não anda? Ela não precisaria ficar amarrada. A direção da creche já usou várias desculpas para justificar o que aconteceu, mas a verdade é que não havia qualquer necessidade de amarrar a criança. Eles só amarraram o menino para que ela não levantasse e eles tivessem trabalho", afirmou o advogado.

Em entrevista à imprensa, a diretora da creche, Sônia Maria Cabral de Almeida, negou as acusações. A reportagem do UOL entrou em contato com a unidade para que Sônia comentasse o assunto, porém sua secretária informou que ela não poderia atender, pois estava em reunião. Foram feitas outras tentativas, sem sucesso.

A Polícia Civil informou que o caso foi enviado ao Jecrim (Juizado Especial Criminal) depois que as testemunhas foram ouvidas e as imagens foram analisadas. O processo está em andamento na Justiça, que deverá marcar uma audiência para ouvir os pais e a diretora da creche.

O menino foi retirado da creche e está atualmente sob os cuidados de um EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil), cheche-escola da prefeitura, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste.

A administração municipal informou que aguardará a decisão da Justiça para que o Conselho Municipal de Educação decida sobre uma eventual cassação da licença da unidade educacional.