STJ decide que merendeira suspeita de envenenar comida pode ir a júri no RS
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou recurso de uma merendeira acusada de tentar envenenar 39 pessoas em uma escola de Porto Alegre, em agosto de 2011, e ela poderá ter julgamento com júri.
"Essa é a maior injustiça que o mundo já viu. O juiz mandou arquivar na época esse processo. Ela não colocou veneno na comida. Pedimos que ela não vá a júri porque não há nenhuma prova contra ela, apenas uma confissão que ela diz que é falsa", alega o advogado da ré, Leandro Pereira.
Tentativa de envenenamento
Em depoimento, ela teria admitido que colocou dois sachês de veneno na comida, a qual também ingeriu.
Wanuzi não explicou os motivos para o ato, apenas teria alegado "problemas psicológicos", conforme a polícia.
Entretanto, a defesa da merendeira afirma que diversos erros foram cometidos na investigação policial e que a acusada foi coagida.
MP fez acusação
Wanuzi acabou sendo denunciada pelo MP (Ministério Público) por tentativa de homicídio. Mas, em setembro de 2011, o juiz substituto da 1ª Vara do Júri, Leandro Raul Klippel, rejeitou a denúncia. Segundo ele, a quantidade de veneno foi pequena, o que fez com que ninguém se intoxicasse com gravidade. Algumas crianças se queixaram de enjoo e dor de cabeça, mas todas ficaram bem. As aulas chegaram a ser suspensas por uma semana.
Os promotores recorreram da decisão, o que foi aceito pelo TJ (Tribunal de Justiça) do RS.
A defesa da merendeira recorreu ao STJ, mas o órgão acabou determinando que a merendeira seja levada a júri popular. Já há um recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) que carece de apreciação. Até lá, Wanuzi permanece em liberdade.
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