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Estudante de escola estadual de SP conta que está sem livro e sem professor

Hugo Araújo/UOL
Imagem: Hugo Araújo/UOL

Do UOL, em São Paulo

29/05/2015 17h29Atualizada em 29/05/2015 18h41

Flávia Gomes, 12, é aluna do 7º ano da Escola Estadual Fernão Dias Paes, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo. A greve de professores do Estado atingiu parcialmente a escola de Flávia. Desde então, ela tenta estudar os conteúdos sozinha.

Outro problema que a estudante encontra é a falta de material didático. Ela afirma que ainda não recebeu os livros deste ano letivo: "O governo ainda não mandou”. 

Por isso, os estudantes de diferentes turnos têm feito rodízio dos livros. "Para ciências, a gente está usando o material da turma do ano passado, mas [a gente] tem que devolver no final da aula, para que as salas de outros períodos usem", explica Flávia.

A aluna conta que, nas aulas dos professores em greve, entram substitutos, mas o conteúdo não é reposto. "É muito difícil sem o professor para te ajudar, passando a matéria", relata.

Procurada pelo UOL, a Secretaria de Educação afirmou que todos os livros foram distribuídos esse ano. E também que os professores substitutos são abastecidos com planos de aula e material didático para levar o conteúdo à sala de aula. 

Edna Gomes, 44, mãe de Flávia, conta que este é o primeiro ano da garota nessa escola. "Ela é muito estudiosa, mas encontra muitas dificuldades para estudar sozinha", explica. Edna e Flávia dizem que estão torcendo para que o governo do Estado resolva a situação rapidamente. Elas apoiam a greve dos docentes. "A culpa não é dos professores, nem da escola. Sou a favor da greve e do aumento, para que os professores tenham um salário digno ", afirma Edna.

Os professores das escolas estaduais de São Paulo estão em greve desde o dia 16 de março. A categoria reivindica reajuste salarial de 75,33% (para equiparar o salário aos demais servidores com ensino superior) e melhores condições de trabalho. Já a Secretaria afirma que em 2011 foi instituída uma política salarial que permitiu aos professores e demais servidores da rede estadual de ensino um aumento salarial de 45% em quatro anos.