Em nota, reitoria da Unifesp protesta contra corte de R$ 25 milhões
A reitoria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) publicou nesta na quarta-feira (17) uma nota no site da instituição criticando os cortes “violentos” no orçamento do Ministério da Educação.
O texto, assinado pela reitora Soraya Smaili e os diretores dos seis campi da instituição, critica o corte anunciado pelo MEC de 47% nos orçamentos de capital em todas as universidades federais. “No caso da Unifesp, isso representa uma redução de R$ 25 milhões em investimentos em projetos, obras, acervos, equipamentos e mobiliário, entre outros bens de capital – orçamento que já estava aquém das nossas necessidades”, diz em nota.
A reitoria diz que as universidades federais, entre elas a Unifesp, realizaram nos últimos anos uma “enorme expansão de vagas” estimuladas pelo governo federal. Essa expansão, no entanto, afirma a Unifesp ocorreu “sem o planejamento e o investimento em infraestrutura à altura dessa ampliação, além da necessária modernização e regularização de nosso patrimônio construído”.
“É o momento, em situação de estagnação e desemprego, de investir em obras de edifícios educacionais e seus equipamentos como medida contracíclica. A ‘Pátria Educadora’ precisa dos investimentos que lhe façam jus”, diz.
Procurado pela reportagem, o MEC afirmou que "o ajuste fiscal apresentado pelo governo federal preserva os programas e ações estruturantes e essenciais do Ministério da Educação, bem como mantém os gastos do Ministério acima do mínimo constitucional". E também que "serão preservados, integralmente, os limites para empenho no exercício de 2015 das despesas: dos Hospitais Universitários, das despesas com custeio de Assistência Estudantil; e das despesas com Residência Médica".
Crise no Hospital São Paulo
Nesta quinta, o Conselho Gestor do Hospital São Paulo, administrado pela Unifesp, decidiu suspender as internações eletivas - aquelas que não são de emergência. A medida é um reflexo da crise financeira da instituição. O hospital é bancado principalmente por verbas do governo federal, que tem feito ajustes nas contas desde o começo deste ano.
"Estamos vivendo uma situação de catástrofe", afirmou para a reportagem José Salvador Oliveira, médico integrante do Conselho Gestor. "A verba de orçamento que estamos trabalhando não cumpre a necessidade da compra dos insumos do dia a dia. É inviável continuar como está." Outros cortes, diz ele, ainda serão avaliados.
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