Estudantes bloqueiam acesso à Uerj e votam por continuidade de ocupação
Estudantes da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) votaram na manhã desta terça-feira (1º) pela continuidade da ocupação iniciada na noite anterior, até que o governo do Estado pague bolsistas e funcionários terceirizados que estão sem remuneração por conta da crise nas contas do Executivo. A reitoria ainda não se posicionou a respeito.
Os universitários realizaram uma assembleia em frente ao acesso principal da instituição, que está bloqueado para alunos, funcionários e professores. Houve um princípio de confusão quando um homem não identificado tentou entrar na Uerj, mas foi impedido pelos participantes da ocupação. Os seguranças da universidade acompanham toda a movimentação à distância.
Segundo funcionários da Uerj, a luz do prédio ocupado foi desligada a pedido da reitoria, na tentativa de desmobilizar a ação. Com isso, os elevadores não funcionam, e uma professora que tem problemas de locomoção relatou ter sido obrigada a descer, com o apoio de muletas, sete andares de escadas. "Chegamos ao limite do desrespeito. As pessoas têm direitos, e eles precisam ser respeitados. Faço um apelo ao governo do Estado, que é o único que pode resolver isso", disse ela, que pediu para não ser identificada.
Os universitários decidiram que, durante a ocupação, serão recolhidos donativos como alimentos não perecíveis, que serão posteriormente doados para os funcionários terceirizados da universidade. Além disso, os manifestantes se organizaram para começar a realizar "aulas públicas" sobre temas de grande repercussão, racismo, feminismo e preconceito em geral, nos moldes do que é feito pelos movimentos que participam da ocupação das escolas públicas de São Paulo.
Durante a assembleia, foi deliberada ainda uma proposta para "impedir o livre trânsito da imprensa" no interior da Uerj. O responsável pela sugestão explicou que a restrição valeria apenas para a "mídia tradicional". Também chegou a ser cogitada a possibilidade de ocupar o prédio da reitoria, porém não houve aclamação. Pelo menos 150 estudantes participaram da reunião e uma nova assembleia deve ocorrer durante a tarde desta terça, provavelmente às 17h.
No começo da tarde, um grupo de médicos residentes, formandos e alunos em geral realizaram uma protesto em frente à Uerj representando o Hospital Universitário Pedro Ernesto, cujo quadro funcional também sofre as consequências da crise nas contas do Estado. Eles cantaram músicas com mensagens de repúdio ao governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, e encerraram a manifestação por volta das 13h. Uma faixa da avenida São Francisco Xavier, via do portão principal da Uerj, foi bloqueada, mas não chegou a existir congestionamento. O ato transcorreu sem qualquer registro de confusão.
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