Em greve, funcionários do Hospital da USP protestam contra corte de verba
Funcionários em greve do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) fizeram uma manifestação hoje (24) contra o corte de verbas, por contratação e por reajuste salarial. Profissionais das categorias de saúde, como enfermeiros, técnicos e nutricionistas, iniciaram ontem (23) a paralisação. Eles organizaram um abraço simbólico ao hospital e caminhavam, por volta das 11h30, em direção à Reitoria da USP.
Os médicos, que ainda não aderiram à greve, farão uma assembleia hoje para definir se entram na paralisação. De acordo com Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), os trabalhadores das universidades paulistas reivindicam aumento de 12,34%, que considera a inflação e a reposição salarial de perdas anteriores. A USP oferece 3% de reajuste.
A partir da próxima segunda-feira (30), os professores da universidade também iniciam paralisação. "A nossa greve é contra o desmonte da universidade, que não devia ser uma luta só nossa, ela é da população de São Paulo", disse Magno.
O Diretor do Sintusp esclarece que não fez um levantamento da adesão ao movimento grevista, mas garante que o percentual mínimo de 30% de atendimento será respeitado no Hospital Universitário. "Vamos parando a internação, desativando os leitos aos poucos, até ficar só a emergência. A greve vai aumentar à medida que os pacientes forem tendo alta", disse ele.
Demissão voluntária
Gerson Salvador, diretor do Sindicato dos Médicos e médico do Hospital Universitário disse que a contratação de mais profissionais é a principal demanda. Segundo ele, com o plano de demissão voluntária em 2014, 213 funcionários (de um total de 1,4 mil) deixaram a instituição.
"Isso resultou no fechamento de um quarto dos leitos de internação no hospital e de 30% da unidade de terapia intensiva. Os pacientes passaram a ficar aglomerados no Pronto-Socorro, causando um estresse muito grande para a equipe médica e de enfermagem", explica Gerson.
Bárbara Della Torre, técnica administrativa e membro da comissão de mobilização do Hospital Universitário, disse que mesmo sem vaga para internar novos pacientes as pessoas são recebidas porque chegam em situação de urgência e emergência, o que deixa o Pronto-Socorro lotado.
"Vários anestesistas, pediatras, técnicos de enfermagem, enfermeiros e auxiliares administrativos pediram demissão por conta da pressão que era trabalhar aqui. Muita gente com problemas emocionais, físicos. Os trabalhadores querem manter o nível de atendimento", disse Bárbara.
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