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Em Porto Alegre, estudantes instalam "assaltômetro" e placas contra roubos

Placas alertam sobre locais de maior incidência de furtos e assaltos - Divulgação/CEUE
Placas alertam sobre locais de maior incidência de furtos e assaltos Imagem: Divulgação/CEUE

Lucas Azevedo

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

02/06/2016 18h16

Inconformados com a falta de segurança no dia a dia de aulas da faculdade, alunos do curso de engenharia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) resolveram chamar a atenção de maneira diferente.

Eles produziram e instalaram placas alertando para o risco de furtos e assaltos nas cercanias do campus central da universidade, no centro de Porto Alegre. Isso aconteceu na última terça, dia 31 de maio.

Além disso, Além do modelo com o aviso “Atenção: evite andar com o celular na mão. Zona de assaltos”, há o que está sendo apelidado de "assaltômetro", que contabiliza quantos dias os alunos do campus estão livres dos furtos.

“A cidade tem uma demanda muito grande por segurança. Então queremos representar não só os alunos da engenharia, mas todos os estudantes e trabalhadores que passam diariamente por essa região”, afirma o presidente do CEUE (Centro dos Estudantes Universitários de Engenharia), Felipe Castro, 22.

São seis placas espalhadas na esquina da Avenida Osvaldo Aranha com a Rua Sarmento Leite, na avenida João Pessoa e dentro do campus, junto às faculdades de direito e arquitetura.

Assaltômetro - engenharia da UFRGS - Divulgação/CEUE - Divulgação/CEUE
Imagem: Divulgação/CEUE

As placas foram desenhadas por um aluno do curso e confeccionadas com verba do próprio centro de estudantes. Já sua instalação teve permissão e apoio da direção da faculdade de engenharia. “Nosso objetivo é pressionar os órgãos superiores, como a Secretaria de Segurança do RS, sobre essa situação horrível de assaltos todo dia”, destaca Castro.

Segundo ele, a ideia das placas surgiu após os próprios alunos montarem um dossiê sobre a violência ao redor do campus que foi encaminhado à reitoria da UFRGS e entregue ao comandante do 9º BPM (Batalhão de Polícia Militar), responsável pelo policiamento da região.

O levantamento, respondido por 150 estudantes, determinou dados interessantes, como o horário de maior índice de assaltos e tentativas de assalto, que é entre as 17h e as 20h. “Ao mesmo tempo descobrimos que 77,3% dos que responderam à pesquisa não registram boletim de ocorrência na polícia como um sentimento de descrédito, mas que 91,3 % quer mais policiamento na área”, completa Castro.

Comandante do 9º BPM, o capitão Nilton Godoy recebeu os estudantes no último dia 19. Em posse do dossiê, ele comentou da falta de efetivo da Brigada Militar e destacou medidas de segurança a serem tomadas, como prevenção.

Na manhã desta quinta-feira (2), quando gavava uma matéria sobre as placas de aviso contra assaltos, uma equipe do SBT RS flagrou uma tentativa de roubo. Um estudante foi agarrado por trás por um jovem que empunhava um canivete. Quando populares investiram contra os criminosos, ele recuou.