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Ocupação divide espaço com candidatos do Enem em Belo Horizonte

Universitários ocupam prédio da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais)  - Rayder Bragon/Colaboração para o UOL
Universitários ocupam prédio da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) Imagem: Rayder Bragon/Colaboração para o UOL

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

04/12/2016 13h57

Universitários que ocupam prédio da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) dividem parte do espaço com candidatos que fazem prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), no campus do bairro Coração Eucarístico, na região noroeste de Belo Horizonte, neste domingo (4).

Os ativistas são contrários à PEC 55 [que limita o teto de gastos do governo federal, e à proposta de reforma do ensino médio. A PUC foi a primeira universidade privada do país a ser ocupada.

Conforme uma das mulheres que estão no local, que conversou com o UOL através de uma grade, houve uma reunião com representantes da reitoria da universidade, durante a semana que antecedeu o segundo exame do Enem, e foi acordado que os ativistas ficariam confinados no prédio 47, onde estão desde o primeiro exame feito no início de novembro deste ano.

Marina Apolínário, 25, aluna de ciências socais, explicou como está sendo feito o processo.

“Esse prédio é dividido em duas partes, Tem a parte antiga, onde estamos, e a parte nova. A gente negociou com reitoria a nossa permanência. Nessa parte antiga, onde funcionam salas do curso de arquitetura, então não dá para fazer o layout do Enem”, disse.

A estudante informou que a reitoria queria que eles saíssem do local e fossem para um local nos fundos da universidade, onde os ativistas já haviam permanecido na realização do primeiro exame.

Entretanto, conforme ela, os ativistas não concordaram e decidiram permanecer no prédio atual.

“Batemos o pé e conseguimos ficar aqui. Puseram um segurança que ficou na entrada que liga as duas partes do prédio”, explicou.

Segundo ela, os ocupantes não tiveram nenhum tipo de contato com os candidatos que fizeram a prova neste sábado (3), primeiro dia de provas.

“A gente fez um combinado de fazermos silêncio e tudo transcorreu normalmente. A gente só via umas cabecinhas de candidatos passando’, salientou.

O UOL tentou entrar em contato com algum representante da reitoria da PUC-MG, mas foi informado por seguranças do local que não havia a possibilidade de entrar no campus. Somente quem iria fazer o exame teria acesso ao campus.

A ocupação desse local tem contra si uma liminar expedida pela Justiça e feita pela reitoria da PUC-MG exigindo reintegração de posse. No entanto, a administração da instituição de ensino já havia adiantado que não iria tomar nenhuma atitude mais drástica, como o uso de força policial, para a desocupação do local. O setor tinha informado que manteria negociações com os ativistas.

Aproximadamente 8 mil candidatos fazem as provas do certame no campus Coração Eucarístico.