Agarrei cada oportunidade que tive, diz filho de diarista aprovado em Yale
Aluno de escola pública até o 9º ano, André Garcia, 18, acaba de conquistar um sonho: ele foi aprovado na Universidade Yale, nos Estados Unidos.
Morador de Embu das Artes, cidade vizinha de São Paulo, o jovem vem de uma família de baixa renda –a mãe é diarista, e o pai, vendedor de produtos de limpeza.
“Minha mãe sempre incentivou meus estudos. Por ser de uma família pobre, ela teve de largar os estudos cedo para trabalhar e ajudar a sustentar a casa”, conta André, que diz ter aproveitado todas as oportunidades que teve para estudar.
No ensino médio, ele conseguiu uma bolsa do programa Ismart, que proporciona a alunos de baixa renda com bom desempenho escolar a oportunidade de estudarem em colégios particulares. Foi então para o Colégio Lourenço Castanho, em São Paulo, onde realizou uma pesquisa sobre a influência das mudanças ambientais sobre a ocorrência da dengue em Embu das Artes.
“Lá [no colégio] eles deram a oportunidade de fazer uma iniciação científica para quem quisesse. Era opcional”, explica André, que com a pesquisa diz ter somado seu interesse pelas ciências com a ideia de “fazer algo útil para sociedade”.
Já o interesse por estudar no exterior, segundo ele, veio da convivência com outros bolsistas do Ismart.
“Eu via muita história de gente não só estudando nas melhores universidades do Brasil, mas também no mundo inteiro. Comecei a procurar na internet como eu poderia estudar no exterior, em universidades americanas”, conta.
Nas pesquisas que fez, André descobriu o Yale Young Global Scholars, programa que leva jovens do ensino médio para uma imersão de duas semanas na universidade americana. Tentou participar em 2015, mas não foi selecionado.
“Falei ‘bom, não vou desistir’. Esse ano eu tentei de novo, me inscrevi, me dediquei bastante nesse processo e acabei sendo aprovado com bolsa integral”, diz André.
Foi depois da experiência de viver como um universitário em Yale, em agosto desse ano, que o jovem decidiu de vez tentar o processo seletivo dessa e de outras universidades americanas –ele também se inscreveu em Harvard, Brown e Notre Dame.
“Estou muito apaixonado por Yale porque já fui para lá, mas vou esperar os resultados das outras universidades para decidir [onde estudar]”, conta o jovem, que pensa em cursar bioquímica ou estudos ambientais.
“Eu soube aproveitar todas as oportunidades que tive, das mais simples até as maiores. Tem gente pobre, como eu, que não teve essas oportunidades. Espero que as pessoas se inspirem nisso e possam também alcançar bons resultados”, afirma André.
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