Professores se unem a mulheres em ato em SP e anunciam greve para o dia 15
Profissionais das redes municipal e estadual de ensino fizeram uma manifestação na tarde e noite desta quarta-feira (8), em São Paulo, contra a reforma da previdência proposta pelo governo Temer. Os trabalhadores municipais se concentraram na praça Oswaldo Cruz e os estaduais, no Masp. No meio da tarde, eles se juntaram aos movimentos sociais ligados aos direitos das mulheres, ainda na Paulista, para justos participarem do "8M - Dia Internacional de Luta da Mulher".
"Escolhemos esse dia para fazer o nosso ato porque 92% dos profissionais que trabalham na rede municipal são mulheres. Elas serão as mais prejudicadas pela reforma da previdência que vai aumentar o tempo de contribuição e diminuir a idade mínima para a aposentadoria", afirmou Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais de Educação do Ensino Municipal de São Paulo).
"A luta das mulheres é a luta de toda a classe trabalhadora. Por isso estamos aqui junto com as professoras municiais e estaduais para nos solidarizar com a luta delas, que compõem cerca de 80% dos profissionais de educação das redes municipais e estaduais", afirmou Ana Pagu, membro do Movimento de Mulheres em Luta é uma das organizadoras do ato.
Os manifestantes que estavam na Paulista se uniram nas proximidades do viaduto Maria Paula a um outro núcleo que fazia ato na praça da Sé. Ambos os grupos seguiram em passeata em direção à sede da Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, região central da cidade. O ato foi pacifico durante todo o seu trajeto e começou a ser dispersado um pouco antes das 20h.
Segundo Ana Pagu, o local escolhido para finalizar a manifestação foi a prefeitura para mostrar descontentamento das trabalhadoras contra políticas que estão sendo executadas pela gestão municipal. "Doria está vendendo a cidade, contra os pichadores, entre outras ações que não estamos de acordo", acrescentou.
Um pequeno efetivo de policiais militares acompanhou a marcha das mulheres na extremidade do ato. A reportagem do UOL não verificou a presença de PMs entre os manifestantes. Não havia agentes da CET orientando os motoristas nas ruas atravessadas pelo protesto.
Greve geral marcada para o dia 15
Antes do início do ato das mulheres, os trabalhadores municipais da educação realizaram uma assembleia na praça Oswaldo Cruz, no Paraíso, e decidiram aderir à greve nacional convocada pela CNTE (eConfederação Nacional de Trabalhadores da Educação) para o próximo dia 15 de março contra a reforma da previdência proposta pelo governo Temer.
No Masp, outra assembleia realizada pelos profissionais da educação do Estado de São Paulo foi realizada com o mesmo objetivo.
As reuniões na região da Paulista fazem parte de um conjunto de assembleias de trabalhadores da educação que acontece nos 26 Estados da Federação e Distrito Federal, segundo a CNTE (Confederação Nacional de Trabalhadores da Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação). Cleiton Gomes da Silva, representante da CNTE no ato, afirmou que profissionais da educação decidiram que vão parar suas atividades na próxima quarta-feira em protesto contra a proposta de reforma da previdência do governo Michel Temer.
"Nos 26 Estados e Distrito Federal, os trabalhadores em assembleia decidiram deflagrar greve a partir da próxima quarta-feira. Vamos nos unir às demais categorias que também paralisarão nesta data e que estão sendo mobilizadas pela CUT (Central Única de Trabalhadores)", disse.
Segundo ele, é inadmissível que um professor continue dando aulas em salas lotadas mesmo tendo 65 anos. "A reforma quer acabar com a aposentadoria especial aos 50 anos. Além disso, o professor que se aposentar aos 65 anos só vai receber 50% da média salarial. Para receber os 100%, ele vai ter que se aposentar compulsoriamente aos 75 anos. Não podemos deixar que isso aconteça", disse.
No dia 21, outra assembleia está marcada para definir os rumos da mobilização. "Vai ser feita outra assembleia geral nos Estados para definir os próximos passos, se iremos a Brasília, se faremos uma caravana até lá", disse Cláudio Fonseca.
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