Mãe vai buscar filho na escola e o encontra sem 2 dentes; polícia investiga
A Polícia Civil do Distrito Federal abriu uma investigação para apurar o que aconteceu com um menino de quatro anos que perdeu os dois dentes da frente enquanto estava no Centro de Educação Infantil nº 1 do Riacho Fundo, região que fica a 23,5 km do centro de Brasília. Com auxílio de psicólogos, policiais ouviram a criança nesta terça-feira (28), mas o conteúdo do depoimento ainda não foi divulgado.
A mãe da criança, Cinthia Souza Santos de Almeida, registrou um boletim de ocorrência contra a escola, que é pública, e levou o menino para fazer exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
A Secretaria de Educação informou que o diretor e o vice-diretor da instituição também serão ouvidos por policiais.
O caso teria ocorrido na última sexta-feira (24). A dona de casa conta que foi buscar o filho no fim da aula, por volta de 17h30. Segundo ela, o filho não estava na sala de aula, mas na companhia de uma funcionária da escola.
“Ele estava com a blusa suja de sangue e a funcionária segurava um pedaço de gelo na mão. Me contaram que o meu filho estava trancado no banheiro e, depois de muita conversa, decidiu sair.”
Segundo o boletim de ocorrência, a funcionária percebeu que o garoto estava sem os dentes só depois que ele se destrancou do banheiro.
“Disseram que o encontraram com o uniforme cheio de sangue e que o meu filho não disse o que havia acontecido. Fui à direção [da escola] e ninguém quis me atender”, disse a dona de casa.
Como não teria conseguido explicações no colégio, Cinthia levou o pequeno até um dentista.
No consultório, o profissional garantiu, segundo a mães, não ter encontrado lesões que indicassem um trauma (pancada), resultando na perda dos dentes. Para o médico, o caso era de extração intencional. Em um vídeo gravado pela mãe, o garoto teria dito que um “tio” puxou os dentes dele com as mãos.
A Secretaria de Educação informou que a mãe do aluno não quis ouvir a escola em nenhum momento. A pasta também declarou que está prestando assistência à mãe e ao menino.
“Nós não ligamos para ela, porque tudo aconteceu no fim do turno vespertino. Quando Cinthia chegou, já estávamos cuidando dele. Porém, ela quis ir embora sem saber o que aconteceu. Estava desesperada. Com toda razão, né? Mas acredito que deveria ter esperado segunda-feira para nos procurar”, conta a coordenadora regional de ensino do Núcleo Bandeirante, Francimar Moreira.
Coleguinha viu o que aconteceu
A coordenadora também disse que em nenhum momento a criança ficou sozinha. Esclareceu também que é “impossível” o menino ter entrado no banheiro com um homem.
“Havia 50 crianças no parquinho e duas professoras cuidavam deles. Um coleguinha viu a criança caindo e batendo a boca em um dos brinquedos, acreditamos que seja o escorregador. Como ele não relatou nada para as monitoras, todos voltaram para sala normalmente.”
Francimar ainda explica que ao retornar à sala de aula, a professora percebeu que a criança estava suja de sangue. Ao questioná-lo, o aluno teria corrido até ao banheiro e depois se trancado.
“Sabemos o quanto é complicado cuidar de crianças, ainda mais em um ambiente com 50. Ressaltamos que estamos à disposição da família. A mãe, por exemplo, nos pediu um raio-x e já o concedemos”, diz.
Futuro incerto
Para Cinthia, o futuro do menino ainda é incerto. Ela ainda não sabe se o filho vai continuar estudando no colégio, já que é a única instituição pública de ensino infantil na região.
A dona de casa também pensa na possibilidade de entrar na Justiça contra a Secretaria de Educação. Tudo vai ser resolvido na próxima quinta-feira (30), após uma reunião com a advogada da família.
“Eu não sei o que eu faço, estou com o coração na mão. Se eu colocar o menino em outra cidade, fica muito complicado para mim. Por outro lado, não sei se posso confiar novamente na escola”, disse Cinthia.
Ela garante que a segurança e a infraestrutura do colégio precisam melhorar consideravelmente. Segundo ela, o parquinho não é confiável --pois toda estrutura é de metal--, as câmeras de segurança não funcionam e o efetivo de professores e monitores é abaixo do necessário.
A Secretaria de Educação afirma que os professores trabalham em sala de aula com até 25 alunos, o que é considerado um número normal – como em outros colégios.
Também ressalta que a estrutura de metal do parquinho não traz risco aos estudantes. “Criança brinca, cai e se machuca. É normal isso. Acidentes com crianças, infelizmente acontecem. Ainda não entendi a dimensão desse caso. Afinal, vivemos isso todos os dias. Criança não fica quieta, muito menos estática”, esclarece a coordenadora regional de ensino.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.