No Rio, estudantes protestam contra Bolsonaro e cortes na educação
Gabriel Sabóia
Do UOL, no Rio
06/05/2019 10h29
Mais de 500 alunos de escolas públicas do Rio de Janeiro protestaram, na manhã de hoje, contra os cortes de verbas anunciados pelo Ministério da Educação em universidades e institutos federais de ensino.
O ato aconteceu em frente ao Colégio Militar do Rio, onde o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), participou de uma cerimônia comemorativa pelos 130 anos da instituição e ressaltou a importância dos investimentos no ensino militar.
O Colégio Militar do Rio fica em frente ao Colégio Pedro II, uma das instituições que será atingida pelos cortes. A maioria dos manifestantes é composta por alunos e professores do colégio.
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A rua São Francisco Xavier, onde ficam os dois colégios, teve o trânsito interditado e a saída do Colégio Militar foi isolada para que Bolsonaro e sua comitiva pudessem sair com os batedores.
Com frases como "Educação não é esmola, o Bolsonaro quer acabar com a minha escola" e "mamãe mandou eu estudar, o Bolsonaro minha escola quer fechar", os estudantes lembravam os cortes que devem chegar a 30%.
Diante do olhar de militares que isolavam a região, estudantes também lembraram a morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, com 83 tiros, no mês passado no Rio de Janeiro. Nove militares seguem presos pela morte.
"Ele (o presidente) dizia que queria o Brasil acima de tudo, mas alguém que tira da educação quer tudo, menos o Brasil bem", disse a professora Jane Lima, que é mãe de um aluno do Pedro II.
"Eu penso no meu vestibular e fico com medo do nível de preparação que vou ter. Mas fico com medo também da universidade que vou encontrar. É muito difícil pensar em tudo com esses cortes", disse a jovem Juliana Ribeiro, de 14 anos, aluna da 9° série do Ensino Fundamental.
Renan Reis, de 17 anos, votou pela primeira vez no ano passado, e se disse decepcionado com o presidente que ele ajudou a eleger. "Com tanta coisa para ser poupada, é na educação que ele quer mexer? Eu fico decepcionado, é claro", concluiu.