Após criticar 'balbúrdia', Weintraub diz querer esvaziar tensões em escolas
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse hoje ser "100% a favor" da autonomia universitária e defendeu que supostas "tensões" que, segundo ele, existem em alguns ambientes de educação, devem ser esvaziadas.
Weintraub foi convidado por parlamentares a participar da comissão de educação da Câmara dos Deputados para esclarecer seus planos para o MEC (Ministério da Educação). No fim de abril, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", o ministro disse que a pasta iria cortar recursos de instituições que não tivessem bom desempenho e estivessem promovendo "balbúrdia" em seus campi. Após críticas, o MEC recuou e anunciou que o bloqueio nas verbas se estenderia a todas as instituições federais.
"A gente quer esvaziar as tensões que existem hoje em alguns ambientes de educação, a gente quer sim que não haja mais áreas onde você não tenha o respeito, um bom trato dentro da aula", disse o ministro hoje.
Weintraub voltou a falar que autonomia não é "soberania" --termo que não é comumente utilizado para o meio universitário, mas que foi adotado por ele para defender restrições às universidades.
"Autonomia não é soberania. A universidade é de quem paga o imposto, é de todo cidadão. Ela não é um país à parte", disse Weintraub.
Pouco depois, o ministro afirmou que o MEC, em sua gestão, tem como uma de suas diretrizes o respeito à liberdade e a diversidade do pensamento.
"A gente não quer nenhuma unidade educacional monocromática. A gente quer o arco-íris, a gente quer todas as cores lá dentro", disse. "Todas as cores significa, inclusive, que até uma pessoa como eu possa entrar numa universidade e falar o que eu penso", afirmou.
Weintraub, que foi professor na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em Osasco, se dizia perseguido na instituição por defender o projeto político de Jair Bolsonaro (PSL).
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