PF cumpre mandados de busca e apreensão em universidade paulista
A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão na sede da Universidade Brasil na capital paulista e em mais dois endereços na 2ª fase da Operação Vagatomia, que teve a fase inicial deflagrada em setembro de 2019 para apurar fraudes no Fies (Financiamento Estudantil do Governo Federal) e na venda de vagas para o curso de medicina em São Paulo.
Desta vez, a operação tem como objetivo, segundo a PF, "cessar ameaças e intimidações proferidas pelo atual reitor a testemunhas e à colaboradora da investigação, bem como em razão do receio externado por pais e alunos em decorrência do comportamento intimidatório". Assim, estão sendo cumpridos mandados também no escritório e residência do atual reitor.
Em setembro, a 1ª fase da operação resultou na prisão e o afastamento do antigo reitor e dono da Universidade Brasil, José Fernando Pinto da Costa.
Segundo a PF, um novo reitor, Adib Abdouni, assumiu as funções e "deu início a uma série de ofensas e ameaças à colaboradora das investigações, testemunhas e autoridades públicas responsáveis pela apuração dos crimes cometidos pela organização criminosa investigada na Operação Vagatomia".
A Polícia Federal ainda informa que o atual reitor foi afastado do cargo e deverá cumprir uma série de medidas cautelares impostas pela Justiça Federal de Jales/SP, que são as seguintes:
1) Proibição de ter contato com qualquer pessoa envolvida na investigação, funcionários, alunos e ex-alunos, e os atuais/futuros gestores/administradores da instituição, bem como a proibição de ter qualquer tipo de acesso à universidade ou outra instituição sob investigação;
2) Afastamento cautelar e a suspensão imediata do exercício das funções de reitor da universidade e de qualquer outra função nas entidades educacionais do grupo investigado;
3) Comparecimento mensal em Juízo para informar suas atividades;
4) Proibição de se ausentar da comarca onde reside por mais de 30 (trinta) dias sem autorização judicial;
Foram apreendidos documentos, celulares, mídias de armazenagem e computadores que serão encaminhados para a sede da PF em Jales/SP para análise bem como a identificação de novos delitos ou envolvidos nos crimes.
Segundo a PF, o reitor afastado poderá responder pelos crimes de obstrução de investigação de organização criminosa e de coação no curso do processo.
Em nota, a universidade diz que foi vítima de retaliação e negou ameaças.
"Em nenhum momento o reitor da Universidade Brasil, Adib Abdouni, ameaçou testemunhas ou a colaboradora premiada. A investida contra a Universidade deixa-a acéfala e a torna presa fácil para ofertas de compra por parte de grandes grupos de ensino com ações negociadas em Bolsa de Valores, a preço vil", diz o comunicado.
Segundo a universidade, uma série de medidas foram adotados com o novo reitor para identificação de novas irregularidades e existe a confiança de que Adib Abdouni será reconduzido ao cargo.
"A verdade é que desde que Adib Abdouni assumiu a reitoria, em 25 de outubro de 2019, adotou uma série de medidas para colaborar com as autoridades na identificação de possíveis irregularidades que tivessem sido cometidas anteriormente e punir os envolvidos. Criou, inclusive, a Diretoria de Compliance, chefiada por uma delegada da Polícia Federal aposentada. A Universidade confia que a Justiça será feita e que rapidamente o reitor Adib Abdouni voltará às suas funções, para desgosto de seus detratores e dos concorrentes dessa instituição de ensino".
*Com informações da agência Estado
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