PF prende donos de universidade por esquema com Fies e venda de vagas
A PF (Polícia Federal) prendeu hoje os donos da Universidade Brasil e outras 20 pessoas. Eles estariam envolvidos em fraudes no Fies (Financiamento Estudantil do Governo Federal) e na venda de vagas para o curso de medicina em São Paulo.
A operação, chamada "Vagatomia", identificou que o esquema funcionava nas unidades da universidade em São Paulo, São José do Rio Preto e Fernandópolis.
De acordo com a PF, no início do ano, ela recebeu denúncias de que vagas para o curso de medicina eram negociadas por R$ 120 mil.
Os investigadores dizem que o líder do esquema é o dono e reitor da universidade, o empresário José Fernando Pinto da Costa, de 63 anos. Seu filho, Sthefano Bruno Pinto da Costa, sócio na universidade, também tinha ligação com o esquema, de acordo com a PF.
"[Eles] não só tinham conhecimento, mas também participavam dos crimes em investigação", disse a polícia em nota. Ao UOL, a universidade disse que não se pronunciará neste momento.
O esquema
De acordo com as investigações, "assessorias educacionais" utilizavam a estrutura da universidade e negociavam vagas para alunos que aceitavam pagar pelas fraudes para serem matriculados no curso de medicina.
O esquema envolvia a transferência de alunos do exterior, principalmente de Paraguai e Bolívia, para o curso de medicina. Bolsas do Prouni (Programa Universidade Para Todos) e fraudes ligadas ao Revalida, exame de revalidação de diplomas médicos de estrangeiros, também são investigadas.
Entre os estudantes que se beneficiaram do esquema, comprando vagas e financiamentos, estavam filhos de fazendeiros, servidores públicos, políticos, empresários e amigos dos donos da universidade.
"Todos com alto poder aquisitivo, que, mesmo sem perfil de beneficiário do Fies, mediante fraude, tiveram acesso aos recursos do governo federal", pontuou a PF.
Ameaças
As informações foram passadas aos investigadores pelos alunos que estavam inscritos de maneira regular no curso da Universidade Brasil. "A PF identificou ameaças proferidas pelo dono da universidade aos alunos que fizeram as denúncias, além de tentativas de influenciar e intimidar autoridades, destruição e ocultação de provas, dentre outras ilegalidades."
O dono da universidade e seu filho estavam investindo os recursos obtidos com as fraudes em imóveis no Brasil e no exterior, segundo a PF. Eles também compravam aeronaves e carros de luxo. Ao autorizar as prisões, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 250 milhões em bens e valores dos investigados.
Além de Costa e seu filho, diretores e funcionários da universidade também tiveram as prisões decretadas.
Os alunos e pais que aceitaram participar do esquema também serão investigados pela PF.
"Vagatomia", nome da operação, é uma alusão a "corte de vagas". Segundo os investigadores, "milhares de alunos carentes por todo o Brasil podem ter sido prejudicados em razão destas fraudes".
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