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Novo ministro da Educação era opção de militares para substituir Vélez

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Carlos Alberto Decotelli da Silva, novo ministro da Educação - Reprodução/Facebook
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Carlos Alberto Decotelli da Silva, novo ministro da Educação Imagem: Reprodução/Facebook

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

25/06/2020 16h29Atualizada em 25/06/2020 16h40

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou hoje o nome de Carlos Alberto Decotelli da Silva, para comandar o MEC (Ministério da Educação). Ele ocupará o posto deixado por Abraham Weintraub, que saiu do ministério após uma série de atritos com o STF (Supremo Tribunal Federal).

Oficial da reserva da Marinha, Decotelli era uma das apostas da ala militar do governo para a substituição de Ricardo Vélez Rodríguez, primeiro ministro da Educação da gestão Jair Bolsonaro. Vélez ocupou o cargo entre janeiro e abril de 2019, quando foi substituído por Weintraub.

Decotelli atuou durante todo o período de transição do governo, no fim de 2018, junto à equipe do MEC no CNBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. Foi indicado pela ala militar para o cargo de presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão que possui um orçamento anual de cerca de R$ 52 bilhões e é um dos principais braços do MEC.

Por seu orçamento bilionário e sua atuação em programas com alcance em todo o país, como o Programa Nacional de Livros Didáticos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar, o FNDE virou alvo de disputa por partidos do Centrão.

Hoje, a presidência do órgão é exercida por Marcelo Lopes, ex-chefe de gabinete do presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Decotelli ocupou a presidência do fundo de fevereiro a agosto de 2019, quando foi substituído pelo advogado Rodrigo Sergio Dias. A troca aconteceu em meio a uma crise administrativa no órgão, com déficit de funcionários e paralisação de processos.

Após sua saída do FNDE, Decotelli chegou a ser indicado para a Semesp (Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação), do MEC, mas o então ministro Abraham Weintraub desistiu da sua nomeação.

Colega de Moro na PUC-RS

Decotelli foi professor de pós-graduação em finanças na Fundação Dom Cabral e na FGV (Fundação Getulio Vargas). Juntamente ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro, foi professor e membro da equipe de criação do curso de pós-graduação em finanças na PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).

Em seu lattes, Decotelli diz ser pós-doutorando na Universidade de Wuppertal, na Alemanha, doutor em Administração pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, e mestre pela Ebape (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas) da FGV. Também informa ser bacharel em Economia pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

O MEC vinha sendo comandado interinamente pelo secretário-executivo da pasta, Antônio Paulo Vogel, desde a saída de Abraham Weintraub no dia 18 de junho.

Weintraub deixou o governo após entrar na mira do Supremo quando disse que, por ele, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF'. Indicado a uma vaga no Banco Mundial, ele está nos Estados Unidos.