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Covid-19: Aulas em BH dificilmente voltarão antes da vacina, diz prefeito

O prefeito de Belo Horizonte afirmou hoje que dificilmente as aulas voltam na cidade antes de uma vacina contra covid-19 - Samerson Gonçalves/UOL
O prefeito de Belo Horizonte afirmou hoje que dificilmente as aulas voltam na cidade antes de uma vacina contra covid-19 Imagem: Samerson Gonçalves/UOL

Do UOL, em São Paulo

11/08/2020 14h57Atualizada em 11/08/2020 17h14

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou hoje que dificilmente as aulas presenciais voltarão na cidade antes do surgimento de uma vacina contra a covid-19. Em entrevista à rádio CBN, ele ainda disse que o retorno das aulas na rede pública e privada deve estar sincronizado, para evitar aumento das desigualdades sociais.

"Aula remota é uma agressão à pobreza. Aula remota é uma humilhação a quem é mais pobre. Aula em Belo Horizonte só retornará [com escolas públicas e privadas] juntas e creio que, quem tem filho em casa, a última coisa que quer é mandar o filho para o meio de uma guerra. O pobre é um cara que não teve oportunidade e na hora que você abrir a escola particular, você vai abrir um abismo gigantesco entre a pobreza e a riqueza e esse abismo na minha cidade eu não vou abrir. E acho muito difícil aula sem vacina em Belo Horizonte", afirmou Kalil.

As previsões mais otimistas da comunidade científica esperam que a vacina contra o coronavírus esteja pronta no início do ano que vem. Na capital mineira, as aulas estão suspensas desde o dia 18 de março.

Flexibilização em Belo Horizonte

Na semana passada, período em que a cidade teve recorde no número de mortes diárias por covid-19, a prefeitura de Belo Horizonte decidiu flexibilizar o funcionamento do comércio, reabrindo shoppings, salões de beleza, galerias, o setor do varejo e serviços no modelo drive-in.

A medida descumpre uma decisão judicial que determina que prefeituras façam parte do chamado "Plano Minas Consciente", que regula a reabertura de acordo com o estágio da pandemia nas cidades, ou fechem todos os serviços não essenciais.

O conflito fez com que BH fosse notificada pelo Ministério Público do estado. À CBN, Kalil disse não não achar justo ter que aderir ao plano, já que não recebeu ajuda do governo estadual até o momento, mas que, se a Justiça determinar, vai cumprir a decisão.

"O estado entrou com R$ 86 mil em uma pandemia que a prefeitura gasta entre R$ 50, 60 a 70 milhões por mês. Então, agora que nós estamos controladamente abrindo e dando um pouco de sobrevida a esse povo tão sofrido que fechou desde o começo, então nós vamos responder respeitosamente ao Ministério Público sim, mas se a Justiça determinar, o prefeito vai simplesmente cumprir", concluiu o prefeito.