Professores criticam nomeação de reitor da UFPB indicado por Bolsonaro
Estudantes e funcionários UFPB (Universidade Federal da Paraíba) mostraram indignação nas redes sociais após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicar o candidato menos votado da lista tríplice para o cargo de reitor.
De acordo com decisão publicada hoje no Diário Oficial da União, o professor Valdiney Veloso Gouveia assumirá o cargo na próxima quarta-feira (11). A indicação não foi bem recebida pela comunidade acadêmica. Na tarde de hoje, no Campus I da UFPB, em João Pessoa, estudantes, docentes e funcionários realizaram um ato contra a nomeação de Golveia.
Ao UOL, o professor Fernando Cunha, presidente da ADUFPB (Associação dos Docentes da UFPB), informou que se trata de uma ameaça à autonomia universitária, construída no decorrer da história da instituição.
"O que nós entendemos é que é mais um ataque à constituição brasileira. Iremos acompanhar de perto todo o processo e reunir segmentos da universidade como docentes, técnicos, estudantes, para tomarmos uma decisão coletiva, pois não aceitaremos essa tentativa de golpear a universidade a partir de um viés ideológico."
Ainda segundo o professor Fernando Cunha, trata-se de uma escolha ideológica. "A escolha do professor (Gouveia) foi a partir de interesses políticos: interesses privatizantes, fundamentalistas e autoritários. Isso vai de encontro aos pilares que dão sustentação à universidade", disse.
Nas redes sociais, organizações como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) também expressaram revolta com a nomeação.
Eleições para a reitoria da UFPB
Nas eleições para a reitoria da UFPB, a Chapa 2 "Inovação com Inclusão" foi a vencedora. Formada pelas professoras Terezinha Domiciano e Mônica Nóbrega, recebeu 48,44% dos votos. A Chapa 3 "Orgulho de ser UFPB", que Valdiney Gouveia como reitor e Liana Filgueira como vice-reitora, obteve 5,35% dos votos.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, no dia 9 de outubro, votou para garantir que o presidente respeite uma série de normas legais ao nomear reitores para as universidades federais. Segundo o entendimento dele, a indicação deve se ater aos nomes que figurem na respectiva lista tríplice, respeitar integralmente o procedimento e a forma da organização da lista pela instituição universitária, bem como recair sobre o docente indicado em primeiro lugar na lista.
No dia 15, o ministro do STF Gilmar Mendes solicitou prioridade e julgamento presencial da ação. Desde o início do mandato, Bolsonaro já ignorou 15 primeiros colocados nas eleições para reitor, nomeando chapas que registraram a minoria dos votos.
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