'A ultima coisa que será fechada em SP são as escolas', diz Gabbardo

O coordenador-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus, João Gabbardo, afirmou hoje que São Paulo só fechará as escolas durante a contra a covid-19 em último caso. Hoje, todo o estado foi colocado na fase vermelha, a mais restrita do "Plano São Paulo" de combate ao coronavírus, mas os estabelecimentos de ensino foram considerados essenciais e permanecerão abertos durante os 14 dias.
"É um ponto que também é bastante polêmico, mas a decisão do estado de São Paulo é: a última coisa que será fechada no estado de São Paulo são as escolas", disse Gabbardo durante entrevista na CNN Brasil.
O coordenador explicou que existe um número grande de crianças que existem crianças que têm na escola as únicas refeições do dia, e também há estudantes que não têm condições de acompanhar as aulas de casa, seja por não ter os equipamentos ideias para o ensino remoto, seja por apresentar questões neurológicas que atrapalham o aprendizado a distância.
Gabbardo pediu, no entanto, que a decisão de ir ou não para o ambiente escolar presencial seja feita pelos pais em conjunto com a própria escola. Para ele, é necessário pesar se o benefício de ir para a aula é maior que o risco de uma possível contaminação.
"Aquelas situações em que vale a pena esse risco, porque o benefício dela ir a escola é maior, têm que considerar essas crianças que não tem condição de fazer seu acompanhamento de forma virtual, porque tem dificuldade com computador, com a rede, com o local para fazer isso, então são essas crianças que irão", disse o coordenador, adicionando que o Centro de Contingência não foi unânime em relação a esta decisão.
"Temos outras atividades consideradas essenciais que estão funcionando. E a escola, pra essas crianças, é considerada como uma condição necessária e essencial", completou.
Estado inicia restrições no sábado
Com todas as cidades de São Paulo na fase vermelha, apenas serviços essenciais poderão ficar aberto durante 14 dias. De acordo com Gabbardo, o período das restrições podem superar as duas semanas, caso seja necessário.
A decisão foi tomada com objetivo de frear o avanço do coronavírus no estado de São Paulo. Ontem, São Paulo registrou 468 mortes pela doença e, nesta quarta (3), atingiu 75,3% da ocupação de UTI (unidades de tratamento intensivo) —dois recordes desde o início da pandemia.
As escolas da rede estadual, um dos principais pontos do debate sobre um possível fechamento, continuarão abertas para alunos que necessitarem de alimentação e suporte educacional, segundo o governo.
- Os estudantes que "mais necessitam" são:
- Alunos com necessidade de alimentação escolar
- Alunos com dificuldade de acesso à tecnologia e outros suportes
- Alunos com "severa defasagem" de aprendizado
- Alunos cujos responsáveis trabalhem em serviços essenciais
- Alunos com saúde mental sob risco
As unidades de ensino municipais e particulares poderão ficar abertas, respeitando o limite legal de ocupação de 35%, a depender dos municípios e das empresas. A presença dos estudantes é opcional e deve ser definida pela família, segundo o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares.
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