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Sem feriadão: Escolas particulares mantêm aulas online em São Paulo

Maioria das escolas particulares optou por manter calendário escolar - Pollyana Ventura/Getty Images
Maioria das escolas particulares optou por manter calendário escolar Imagem: Pollyana Ventura/Getty Images

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

24/03/2021 04h00

Grandes colégios particulares da capital paulista vão ignorar a mudança nas datas dos feriados anunciada, na semana passada, pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) e vão manter as aulas. A proposta da prefeitura é tentar diminuir a circulação de pessoas para conter o aumento de casos e internações pela covid.

Como já haviam sido suspensas as aulas presenciais, as atividades serão apenas online.

Já as escolas municipais tiveram o recesso escolar de julho antecipado, segundo determinação da prefeitura. As aulas serão retomadas no dia 5 de abril.

O UOL levantou que dez escolas não anteciparão os feriados. São elas: Avenues SP, Bandeirantes, Colégio Equipe, Dante Alighieri, Escola Nossa Senhora das Graças (Gracinha), Escola da Vila, Red House, Stance Dual, Santa Cruz e Vera Cruz.

Para a diretora do Santa Maria, Diane Clay Cundiff, que manteve as aulas remotas, a decisão é uma forma de "colaborar com o distanciamento social e, consequentemente, com a saúde", já que assim se evita que as famílias se desloquem para passeios ou viagens. Ela diz que o colégio só vai parar nos dias 1º e 2 para a Páscoa.

Luciana Fevorini, diretora do Colégio Equipe, fez uma pesquisa entre os responsáveis pelos alunos. Como 78% dos pais preferiam seguir o calendário oficial da escola, ele foi mantido.

A quebra na rotina também foi um dos motivos citados pelos colégios ouvidos pelo UOL para não adotar a antecipação.

"Em um momento em que as turmas estão engajadas nas atividades pedagógicas, não seria benéfica [tomar essa decisão] aos alunos, especialmente após um ano tão desafiador na educação como foi 2020", informou em nota a Red House International School.

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), Benjamin Ribeiro da Silva, disse que a decisão de não aderir é esperada, já que seria difícil para as escolas compensarem mais conteúdos.

"Precisamos fazer as 800 horas letivas. Dentro de um calendário normal já é um sufoco, imagina trazendo aulas de 2020 e com essa antecipação?", questiona.

Sobre as questões trabalhistas, Silva explica que as escolas devem pagar hora extra ou fazer um termo de compensação para que os feriados sejam tirados nas datas tradicionais pelos funcionários.

A Escola Vereda, entre todas as instituições ouvidas pelo UOL, foi a única a aderir à antecipação dos feriados. Em nota, o colégio informou que segue os protocolos sanitários e as medidas anunciadas pelo governo estadual e municipal, além de recomendar as famílias a fazerem o mesmo.

O "ritmo intenso de trabalho, passando por muitas adaptações e desafios" foi outro motivo para a tomada da decisão.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado anteriormente, Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), disse que é preciso cumprir 800 horas letivas, e não 800 dias. O texto foi corrigido.