Sindicato dos professores muda estratégia para pressionar Doria por vacina
A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) mudou a forma de pressionar o governo estadual no andamento da vacinação contra covid-19. O sindicato retirou um um mandado de segurança, que havia enviado no fim de março para Justiça, e emitiu ontem um ofício ao governador João Doria (PSDB).
A categoria reivindica a imunização para todos os professores, independente da faixa etária. O governo estadual liberou a imunização para 350 mil profissionais da área com mais de 47 anos no dia 10 de abril. No entanto, não há previsão para encerrar a primeira etapa, nem para iniciar uma nova. Segundo a Secretaria Estadual da Educação, a faixa etária representa 40% dos profissionais da educação básica.
A presidente da Apeoesp e deputada estadual (PT), Maria Izabel Noronha, diz que a estratégia do sindicato mudou por causa de uma orientação jurídica.
Nós havíamos enviado o mandado ao Tribunal de Justiça, mas depois, por orientação da nossa equipe jurídica, decidimos retirar para aguardar um novo posicionamento do governador.
Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp e deputada estadual
O desembargador Jacob Valente já havia recebido o mandado e pedido explicações para Coordenadora do Plano Estadual de Imunização, Regiane de Paula. Entre os questionamentos, o desembargador pedia respostas sobre o critério técnico utilizado na escolha da faixa etária, se a vacinação para a categoria afetaria a imunização de idosos e questionou se os profissionais fazem parte do Plano Nacional de Imunização.
Em relação à última pergunta, já se sabe que os profissionais constam no PNI, no entanto não há uma orientação sobre quando devem começar a receber a imunização.
Sem a divulgação de novos prazos e a inclusão de novas faixas etárias de professores, o sindicato decidiu enviar um novo ofício. "Se eles [Doria e o secretário da Educação, Rossieli Soares] insistem tanto com a volta às aulas, deveriam garantir vacina para todos", disse Bebel, da Apeoesp.
No ofício endereçado a Doria, o sindicato reafirma que já não concordava com a "limitação aos profissionais com idades acima de 47 anos" e agora não iria "aceitar que simplesmente o processo seja interrompido abruptamente".
Em nota, a Secretaria da Educação não respondeu diretamente sobre o ofício. A pasta informou que os profissionais de outras idades serão incluídos "tão logo tenhamos vacinas para garantir a imunização dos mais vulneráveis e os demais públicos previstos no PNI". Segundo a pasta, São Paulo e todo o país enfrentam uma escassez de vacinas "por falta de perspectivas do Ministério da Saúde".
Até o momento, de acordo a secretaria, foram vacinados cerca de 320 mil profissionais da educação. A pasta destacou que o objetivo do estado é vacinar toda a população o "quanto antes".
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