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82% das cidades paulistas interromperam aulas presenciais, diz TCE

Rubens Cavallari/Folhapress
Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

28/05/2021 18h23

Dados do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) apontam que 82,14% (529) dos municípios de São Paulo decidiram interromper totalmente as aulas presenciais em abril. A capital paulista não faz parte do levantamento.

O levantamento não especifica o contingente de alunos afetados, porém, a título de comparação, segundo o Censo Escolar de 2020, cerca de 3,1 milhões de estudantes são da rede municipal no estado, com exceção das escolas da capital. Outros 3,4 milhões são da rede estadual.

Segundo o TCE-SP, as aulas foram suspensas devido ao avanço do número de casos confirmados de covid-19. Ao todo, o país acumulava até ontem mais de 455 mil óbitos pela doença desde o início da pandemia, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

A capital paulista não faz parte dos municípios fiscalizados, mas está com aulas presenciais desde o dia 12 de abril. A Prefeitura de São Paulo teve o primeiro retorno presencial no dia 15 de fevereiro, depois, foi decidido antecipar o recesso escolar de julho para março, tendo seu retorno em abril.

O TCE também apontou que em apenas 37 cidades não houve suspensão das aulas. Os municípios podem decidir ter aulas presenciais, mas é preciso seguir os protocolos sanitários definidos pelo Plano SP.

O movimento de abre e fecha das escolas é visto por diversos especialistas como prejudicial à aprendizagem dos estudantes.

"No mundo, o que sabemos é que a escola nunca fecha totalmente, sempre tem uma porcentagem que funciona e ela é a primeira a retornar, mas no Brasil não", disse Kátia Stocco Smole, conselheira do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e diretora do Instituto Reúna.

O painel de monitoramento do TCE também trouxe dados de municípios que possuem planos de retomada para as escolas. Apesar de 88% das cidades paulistas afirmarem possuir o documento, menos da metade, 44%, divulgaram o material na internet, por exemplo.

Para Kátia, é necessário um planejamento "sistêmico" e "coordenado". "A escola é essencial e precisa funcionar. O aluno do Fundamental ainda terá nove anos para recuperar, e o que acontece com o jovem do Ensino Médio? Ele vai ter três anos para aprender os conteúdos daquela etapa e o que perdeu", apontou.

Segundo a conselheira, países com melhores índices em avaliações de aprendizagem fecharam escolas por menos tempo, cerca de 90 dias, como Alemanha, Suécia e Cingapura.

2 Comentários

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JOSE PAULO DA COSTA

Espero que não haja 3a onda mas se houver aprendam que igual ano passado as coisas só melhoraram infelizmente com mão de ,,3 meses de escola fechada... aproveite q julho já é férias. Mesmo e voltem em outubro e com. Certeza com mtos já vacinados haverá luz no fim do túnel...caso contrário não se espanta um início de ,23 na mesma vibe

ACCÁCIO DE OLIVEIRA LEITE NETO

"Segundo a conselheira, países com melhores índices em avaliações de aprendizagem fecharam escolas por menos tempo, cerca de 90 dias, como "Alemanha, Suécia e Cingapura". Esta não é uma comparação plausível. Cingapura tem índices baixíssmos de contaminação e óbitos. Alemanha fechou as escolas diversas vezes, principalmente em fases de agravamento da pandemia no país. Suécia que demorou a tomar providencias, viu os casos de contaminação e óbitos subirem muito. Além disso, nenhum dos países citados possui as dimensões geográficas brasileiras, tampouco a mesma infraestrutura, política, saúde, educação. Os governantes precisam melhorar a argumentação e as ações. A verdade é que as condições de retorno às escolas ofertadas à população deixam muito a desejar..


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