68 cidades em SP têm decretos impedindo aulas presenciais, diz secretário
O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, informou hoje que 68 cidades de São Paulo têm decretos proibindo o retorno presencial das aulas. Cerca de 91 mil alunos da rede estadual estão nesses municípios, que contam com 194 escolas, 4% do total.
O governo estadual autorizou as redes pública e privada a receberem 100% dos alunos, caso as escolas consigam respeitar o distanciamento de 1 metro. Nas escolas onde isso não é possível, pode ser feito um revezamento.
As cidades, no entanto, têm autonomia para liberar ou não a reabertura das escolas.
"Aqui fica meu apelo aos prefeitos para que parem e pensem nas crianças. Porque nessas cidades, na maioria delas, tem bar aberto, tem restaurante aberto, tem tudo aberto, mas estão com um decreto que não faz sentido", disse Rossieli, no primeiro dia de aula presencial com as novas regras na Escola Estadual Dom Agnello Cardeal Rossi, no extremo sul da capital.
O chefe da pasta disse ainda que tem "dialogado" com os prefeitos para mudar o cenário. Rossieli vem defendendo a reabertura das escolas desde o ano passado.
Escola é ambiente que tem controle e se a gente quer desenvolvimento das nossas crianças tem que ser a prioridade." Rossieli Soares, secretário estadual de Educação.
Questionado sobre as desigualdades que podem ser ainda mais ampliadas, já que grandes colégios particulares vão receber 100% dos alunos todos os dias no presencial e as públicas precisarão fazer revezamento pela estrutura física, Rossieli disse que "nesse momento" não se preocupa com essa desigualdade.
"A maior desigualdade que a gente tem que competir não é com a escola privada, não me preocupa essa desigualdade nesse momento. Me preocupa a desigualdade dentro dessa sala de aula onde um menino conseguiu avançar mais na alfabetização do que outro", explicou o secretário.
A presença continua opcional e a obrigatoriedade, segundo Rossieli, será discuta na segunda quinzena de agosto. "Vamos analisar com os dados dos primeiros dias [do retorno], a situação da pandemia com a área da Saúde [para estabelecer a presença obrigatória]."
Escola no extremo Sul retorna com revezamento de alunos
"Estava sentindo falta da escola", conta o aluno Christian Davi Ferreira, de 11 anos, do 5º ano. A última vez que ele esteve na aula presencial foi em março, antes de São Paulo decretar a fase emergencial devido ao aumento nos números da covid-19.
Ele assistia às aulas pelo Centro de Mídias, plataforma do governo. "Mas é melhor aprender na sala", admite.
A escola não conseguiu receber todos os alunos no mesmo período, então dividiu os estudantes em dois grupos. "Uma turma estuda uma semana no presencial e a outra semana no remoto", conta a diretora Fátima Santana.
Outra medida necessária para seguir os protocolos de segurança foi escalonar o horário do recreio em quatro. A primeira merenda do dia, na entrada dos alunos, foi feita dentro da sala de aula hoje.
A aluna Ana Clara Souza, 10 anos, está pela primeira vez nessa escola. Sua família precisou se mudar recentemente por problemas financeiros e ela trocou de escola. A sensação também é a mesma de Christian: "estudar na escola é bem melhor."
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