SP: Volta às aulas presenciais tem teste de covid semanal e recreio em sala
Ana Paula Bimbati
Do UOL, em São Paulo
02/08/2021 04h00
No estado de São Paulo, as aulas presenciais voltam hoje nas escolas públicas e privadas. Elas estão liberadas para receber até 100% dos alunos, desde que sigam os protocolos de segurança, como o distanciamento de um metro entre as carteiras.
Grandes colégios particulares adotaram medidas como testagens semanais de covid, recreio dentro das salas de aula e checagem diária em busca de sintomas. Alguns deles também vão fazer um escalonamento do retorno presencial por grupo escolar.
A ampliação do ensino presencial foi anunciada em junho pelo governo estadual. Apesar de o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, não atrelar o retorno das aulas com a imunização dos profissionais da área, foi somente com a priorização desse grupo que a capacidade máxima de 35% de alunos foi aumentada. A presença continua opcional e a critério dos familiares das crianças.
Nas unidades da Red House International School, todas as turmas terão aulas 100% presenciais a partir de hoje. O colégio afirmou ter passado por reformas para garantir o distanciamento entre os alunos e disse que, para manter as crianças separadas, "os lanches serão servidos em sala de aula".
Já no Pentágono, os pais devem fazer um checklist diário e obrigatório para controle de sintomas por um aplicativo do colégio.
O horário de recreio será feito de forma escalonada. "Não será permitida a saída dos alunos para almoçar fora do ambiente escolar, com posterior retorno para o período estendido", afirmou o colégio.
A Camino School disse que também fará testagem de covid nos funcionários e estudantes, além de manter os protocolos básicos de segurança. Os colégios Dante Aligheri, Pueri Domus, Maple Bear e Vereda afirmaram que têm estrutura para receber 100% dos alunos.
"Será muito importante criar as condições de segurança para que todas as escolas possam começar no segundo semestre um trabalho consistente para garantir a aprendizagem de todos os seus alunos", disse Cintia Sant'Anna, diretora acadêmica da Maple Bear.
A Avenues São Paulo afirmou que mantém os protocolos desde o início da pandemia e as medidas incluem, por exemplo, testagem semanal de alunos, professores e funcionários, mas familiares também pode realizar os exames. O colégio também pede para que os estudantes preencham um formulário diário declarando que não têm sintomas de covid.
Regras nas escolas públicas
Para a rede pública, a Secretaria de Educação disse apenas que as regras são:
- Distanciamento de 1 metro entre alunos;
- Uso de máscara;
- Higienização das mãos com álcool em gel ou água e sabão.
O estado também adquiriu 3 milhões de testes de covid-19 para profissionais da educação e estudantes.
A escola estadual que não conseguir receber 100% dos alunos poderá fazer revezamento de turmas.
A capital paulista seguirá as mesmas regras do estado. Apenas as creches terão uma limitação de 60% da capacidade e não poderão fazer rodízio.
Durante o anúncio no mês passado, a gestão de Ricardo Nunes (MDB) disse estimar que 589 EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil) terão que dividir os alunos em duas turmas. As demais podem receber 100% dos estudantes.
Escalonamento
Quatro colégios particulares ouvidos pelo UOL informaram que farão um escalonamento por etapa escolar até chegar a 100% dos alunos no presencial. O Santa Cruz, por exemplo, começa pelos alunos da educação infantil e do fundamental 1 indo todos os dias da semana.
"No ensino médio, essa ampliação acontecerá em duas etapas: até 20 de agosto teremos uma fase de transição, ainda no modelo híbrido, com aumento de dias presenciais, passando de duas para três vezes na semana. A partir do dia 23, receberemos os alunos todos os dias", detalhou o colégio. Para os alunos do fundamental 2, a transição começa no dia 13 e vai até o dia 16.
As crianças da educação infantil do Santa Maria começam hoje 100% no ensino presencial, já os alunos do fundamental iniciam a partir da segunda quinzena de agosto. Os estudantes do ensino médio participarão de uma pesquisa nesta semana para decidir o formato que querem seguir.
"O estudante que optar pelo presencial irá todos os dias à escola. Quem escolher ficar no remoto será 100% ensino online", informa a direção.
O Colégio Franciscano Pio XII recebe hoje alunos do infantil, fundamental 1 e 3ª série do ensino médio. Na semana seguinte, as aulas 100% presenciais estarão disponíveis para as outras turmas. A diferença das datas de início acontece, segundo a escola, para adaptação das famílias.
A Escola da Vila disse que receberá todos os alunos no segundo semestre. Primeiro, com as crianças. As demais turmas poderão ter um rodízio inicial, de acordo com cada unidade. O colégio seguirá os protocolos recomendados pela consultoria do Hospital Sírio-Libanês.
Colégios não receberão todos os alunos
Há colégios que não receberão todos os alunos na volta presencial. O Anglo São Paulo, por exemplo, aumentará a capacidade de 28 alunos para 33 por sala, mas disse acreditar que a "prudência é necessária" para o retorno.
"Há uma nova variante do vírus, altamente contagiosa, e não podemos colocar a comunidade escolar em risco. Aumentaremos a capacidade, mas continuaremos sendo conservadores e não trabalharemos com lotação máxima. Conforme os indicares pandêmicos melhorarem, iremos ampliar a quantidade de alunos por sala", informou o colégio, por meio de sua assessoria de imprensa.
A Escola Nossa Senhora das Graças (Gracinha) disse ter estrutura e capacidade para receber todos os alunos, mas não fará isso, porque uma "parcela importante" dos professores completará a vacinação apenas em setembro. "Ampliaremos as atividades presenciais em agosto, mas não receberemos 100% dos alunos na escola."
O colégio Equipe disse que o "prédio não comporta" ter 100% dos estudantes seguindo os protocolos de segurança e, por isso, terá de fazer revezamento.
Já o Bandeirantes afirmou que "pretende continuar recebendo 100% dos alunos, mas agora com presença de 70% por período". O colégio disse ainda que continuará seguindo as recomendações do governo e dos protocolos elaborados pelo Hospital Sírio-Libanês.