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Filha de Romário escreve carta e diz que faltou educação a ministro em fala

O deputado Romário ao lado da filha Ivy; carta com criticas ao ministro da Educação - Reprodução/Instagram
O deputado Romário ao lado da filha Ivy; carta com criticas ao ministro da Educação Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

18/08/2021 11h20

Ivy Faria, filha do senador e ex-jogador Romário, escreveu uma carta para responder a declaração do Ministro da Educação Milton Ribeiro de que crianças com necessidades especiais "atrapalham" o aprendizado de alunos sem a mesma condição.

Na carta aberta publicada em seu Instagram, Ivy diz que está triste com o ministro e que falta educação a ele. "Sabe, eu tenho síndrome de Down, sou uma pessoa com deficiência, e sou estudante. Eu estudo para ter um futuro e ajudar o meu país. Eu não atrapalho ninguém", disse.

A fala do senhor revela muita falta de educação, como pode achar que a deficiência torna alguém incapaz de estudar?
Ivy Faria

Em sua declaração à TV Brasil, Milton Ribeiro questionou o que era "inclusivismo' e deu a sua opinião. "A criança com deficiência era colocada dentro de uma sala de alunos sem deficiência. Ela não aprendia. Ela atrapalhava o aprendizado dos outros porque a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para poder dar a ela atenção especial', disse o ministro.

A declaração já havia gerado forte resposta de Romário, que chamou Milton Ribeiro de "completo idiota" e "imbecil". O nascimento de Ivy motivou o ex-jogador a entrar para a política e promover mudanças na legislação em favor de pessoas com Síndrome de Down.

Em sua carta, Ivy ainda conta que frequenta escolas regulares e que cada um aprende em seu tempo.

"A minha presença e a de outras pessoas com deficiência não é ruim, muito pelo contrário, desde a escola, meus coleguinhas aprendem uma lição que parece que o Sr. não teve a oportunidade de aprender, que a diversidade faz parte da natureza humana e isso é uma riqueza", afirmou.

Segundo Ivy, a fala do ministro revela "muita falta de educação". "A deficiência não nos torna incapaz de nada, basta que tenhamos oportunidade. Tem advogado cego, tem relações públicas com síndrome de Down, e tem mais um monte de gente com deficiência formado na universidade e trabalhando pro Brasil".

No final, ela ainda diz: "seu Ministro, uma criança com deficiência em sala de aula contribui mais com a educação deste país do que o senhor neste ministério".

Veja a carta na íntegra: