Topo

Esse conteúdo é antigo

Ciro Nogueira diz que 'não está definido' se Milton Ribeiro ficará no MEC

25.jan.2022 - O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, durante evento no Palácio do Planalto - Adriano Machado/Reuters
25.jan.2022 - O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, durante evento no Palácio do Planalto Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/03/2022 20h11

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, expressou hoje incerteza sobre a continuidade de Milton Ribeiro como ministro da Educação após a revelação de suposto direcionamento de verbas da pasta para municípios indicados por pastores evangélicos.

Segundo áudio divulgado pela "Folha de S.Paulo", Ribeiro admite que tem priorizado o atendimento de dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, a pedidos do presidente Jair Bolsonaro.

Santos e Moura, sem cargos oficiais no governo, atuavam diretamente na liberação de recursos do MEC, além de supostamente exigirem propina para intermediar verbas para prefeitos.

Questionado pelo jornal Valor Econômico, Ciro Nogueira afirmou hoje que "não tem essa acusação sobre o ministro, não". No entanto, ainda assim, o ministro-chefe disse não saber se o comandante da pasta da Educação continuará no cargo: "Não sei, não sei, não está definido".

Cármen Lúcia determina abertura de inquérito

A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou hoje a abertura de um inquérito para investigar o ministro da Educação, Milton Ribeiro. A pasta virou assunto após surgirem denúncias de que dois pastores, que não têm cargo no MEC, estariam atuando em um "gabinete paralelo", com pedidos de propina para liberação de recursos.

A decisão da ministra atende a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que vai apurar as suspeitas dos crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa e tráfico de influência.

No documento, a magistrada destaca a gravidade do caso e que, por isso, "não poderia deixar de ser objeto de investigação imediata, aprofundada e elucidativa sobre os fatos e suas consequências, incluídas as penais".

"As circunstâncias expostas, que evidenciariam ocorrência de práticas delituosas a serem apuradas com o prosseguimento de ação penal pública incondicionada, tornam indispensável, segundo a manifestação do Ministério Púbico, o aprofundamento da investigação dos noticiados crimes", escreveu a ministra.