MEC volta atrás e diz que não pode responder sobre ida de Ribeiro ao Senado
Depois de enviar um ofício ao presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), informando que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro não iria comparecer amanhã para prestar esclarecimentos sobre a atuação de pastores na pasta, a assessoria do MEC (Ministério da Educação) enviou um novo documento invalidando a mensagem anterior e afirmando que não tem competência para falar em nome do ex-gestor.
Assim, a presença ou não de Milton Ribeiro na audiência que acontece amanhã, às 9h15, segue como incógnita.
No fim da tarde de hoje, Castro já afirmava que a assessoria do MEC não poderia falar em nome do ex-ministro. "Considero o ofício sem efeito, uma vez que o convite foi para o ex-ministro, que não possui mais vínculo com a pasta, portanto, a comunicação deveria ser feita por Milton Ribeiro", informou o senador em seu Twitter.
Apesar de Ribeiro ter pedido exoneração na segunda-feira (28), o Senado optou por manter a convocação para que ele preste explicações. Por se tratar de um convite, a presença do ex-ministro não é obrigatória.
O presidente da Comissão de Educação havia confirmado que a audiência está marcada para amanhã, às 9h15.
Saída de Ribeiro
Milton Ribeiro pediu exoneração do cargo de ministro da Educação na segunda-feira (28), uma semana após a divulgação de um áudio em que Ribeiro afirma que o governo federal prioriza a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores. Sem cargos, os líderes religiosos atuam em um esquema informal de liberação de verbas do MEC, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.
"Foi um pedido especial que o Presidente da República [Jair Bolsonaro] fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar [Santos]", diz o ex-ministro na gravação.
A Polícia Federal abriu inquérito na semana passada para investigar a ação dos pastores junto ao MEC. A pedido da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal Federal também autorizou a abertura de apuração.
Ribeiro admitiu ter encontrado os religiosos, mas isentou Bolsonaro. Nas redes sociais, pastor Gilmar afirmou serem falsas as notícias sobre sua participação como intermediador na liberação de verbas do MEC para prefeituras. Arilton Moura não se manifestou.
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