87 melhores escolas do país: por que Lula insiste no Ceará na chefia do MEC
A indefinição entre os nomes de Camilo Santana ou Izolda Cela para o comando do MEC (Ministério da Educação) é apenas um pano de fundo de uma escolha já feita: o Ceará será modelo educacional pelo país no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Camilo recebeu o convite de Lula, mas indicou Izolda —que foi vice dele no governo estadual. O PT nacional, no entanto, pressiona para que o escolhido seja ligado ao partido.
Por que Ceará está na mira?
- A escolha do Ceará tem a ver com os bons resultados do estado na educação básica, como a melhor nota do Ideb 2021.
- O estado desenvolveu políticas públicas como a ampliação de repasse de recursos por meio do ICMS a municípios que tenham melhor desempenho na área.
- Todos os 184 municípios têm convênio com o estado e atuam de forma colaborativa. A ideia é que, até 2026, todas as escolas públicas sejam em tempo integral.
Os avanços da educação cearense:
- O estado criou o PAIC (Programa de Alfabetização da Idade Certa) e avançou nos índices regionais e nacionais;
- O modelo aplicado integra material didático, formação de professores e avaliação de aprendizagem;
- Em 2019, 77 escolas públicas do Ceará ficaram entre as mais bem ranqueadas do país em uma lista com cem unidades; em 2022 o número saltou para 87;
- Há prêmios aos estudantes que tiram as maiores médias --as premiações vão de notebook à gratuidade de CNH;
- Os avanços iniciaram em Sobral, quando Izolda foi secretária, e depois levou o modelo para o estado --replicando para todas as cidades do Ceará.
Sobral é um sucesso educacional testado e serve de referência para o país. O trabalho feito lá e no Ceará são escaláveis, mas há seus desafios de entender a demanda de cada cidade e os contextos pelo Brasil."
Claudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV
Parceria com Pernambuco. Enquanto o Ceará precisava lidar com os desafios do ensino médio, Pernambuco precisava entender como resolver as demandas dos anos iniciais, na fase de alfabetização.
Para isso, os estados se reuniram e fizeram um trabalho colaborativo. As escolas públicas pernambucanas são integrais não apenas no período que o aluno passa dentro da escola, mas também na formação —o que inspirou o Ceará a seguir no mesmo caminho.
É importante que o próximo MEC tenha interlocução com secretários estaduais e estabeleça conexões de colaboração entre os estados e municípios."
Claudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV
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