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Suspensão do cronograma do novo ensino médio: entenda o que acontece agora

Governo Lula alega que não houve diálogo no processo de aprovação e implementação do novo ensino médio - divulgação
Governo Lula alega que não houve diálogo no processo de aprovação e implementação do novo ensino médio Imagem: divulgação

Do UOL, em São Paulo

05/04/2023 11h31Atualizada em 05/04/2023 12h09

Uma portaria publicada hoje pelo Ministério da Educação suspendeu por 60 dias a implementação do cronograma do novo ensino médio. Veja o que acontece agora:

Sem mudança para os estudantes

Mesmo com a publicação da portaria, a rotina dos estudantes não será alterada. Ou seja, alunos que já estão no modelo do novo ensino médio não voltam para o antigo.

"O que está suspenso é a portaria de implementação do cronograma de implementação do novo ensino médio, mais especificamente o Enem. Porque o segundo ano letivo já está em curso. Isso vai se manter em 2023", afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana.

Como fica o Enem?

A prova deste ano já não passaria por nenhuma alteração —mesmo antes da decisão de suspender o cronograma de implementação da reforma.

Já a nova estrutura para o Enem 2024 fica suspensa por 60 dias. Para alinhar a prova ao novo ensino médio, novas questões teriam de ser produzidas —inclusive o formato, como discursivas.

Segundo o ministro, a ideia é ampliar a discussão. "O ideal é que em um processo democrático a gente possa escutar a todos e principalmente quem está na ponta", disse Camilo.

    Por que aconteceu a suspensão?

    Camilo alega que não houve diálogo no processo de aprovação e implementação do novo ensino médio. A reforma foi aprovada em 2017 durante o governo Temer (MDB) por uma medida provisória.

    A justificativa do atual ministro é que, com uma consulta pública aberta sobre o tema, é preciso analisar os problemas da reforma —e, assim, tomar uma decisão definitiva.

    O que mudou com o novo ensino médio

    A carga aumentou de 2,4 mil horas para 3 mil nos três anos. Deste total, 1,8 mil horas devem ser dedicadas para formação geral, que são os conteúdos obrigatórios. As outras 1,2 mil horas são a "parte flexível".

    Os itinerários formativos, que são a parte flexível do currículo escolar, têm sido os principais alvos dos debates. Nessas aulas, as redes de ensino podem oferecer temas diferentes —por exemplo, "como fazer brigadeiro caseiro".

    O modelo aumenta desigualdades, segundo especialistas que criticam a mudança. Quem estuda em colégio particular pode ter mais opções do que alunos da pública.