Coisa de satanista? Entenda como o '666' virou o número da besta

O número 666 é considerado o sinal da besta de acordo com a tradição cristã, e virou referência na cultura, seja na música, cinema ou literatura, para "invocar" demônios.

A origem dessa associação está na Bíblia: no livro do Apocalipse, o versículo 18 do capítulo 13 faz referência direta ao número.

O trecho diz o seguinte: "Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis".

Mas por que o 666, especificamente, foi atribuído à besta?

Nomes em números

Segundo historiadores, a explicação mais provável está no uso de números para disfarçar nomes, algo comum na Antiguidade.

Nos alfabetos grego e hebraico, cada letra tem um número correspondente. Assim, somando todas as letras do nome é possível obter um código numérico.

Tudo indica que o 666 se referia ao nome do imperador romano Nero. Ele teria perseguido cristãos após o incêndio que atingiu Roma no ano 64.

Reza a lenda que Nero tocava violino enquanto Roma pegava fogo
Reza a lenda que Nero tocava violino enquanto Roma pegava fogo Imagem: Getty Images

A partir disso, Nero ficou conhecido como a "besta" entre os fiéis.

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Referir-se a ele por meio do símbolo numérico também seria uma forma de falar do imperador em códigos, para evitar novas perseguições.

O 666 na cultura

O Apocalipse aparece em várias referências culturais modernas. Uma das mais famosas é na música, como quando o grupo inglês de heavy metal Iron Maiden batizou seu disco de 1982 de "The Number of the Beast" (O número da besta).

Na introdução da música, ouve-se a leitura do trecho do livro do Apocalipse - e no refrão, Bruce Dickinson brada "666 - o número da besta".

Ai de vós, oh, terra e mar
Pois o Diabo envia a besta com ira
Porque ele sabe que o tempo é curto
Aquele que tem entendimento
Calcule o número da besta
Pois é o número humano
Seu número é seiscentos e sessenta e seis

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O número é citado por inúmeras bandas de metal extremo, em especial o black metal, que costuma ter temáticas satânicas ou anticristãs.

No cinema, há referências como nos filmes "O Sétimo Selo" (1957), "Fim dos Dias" (1999), "Filhos da Esperança" (2006) e "É o Fim" (2013), que usam a imagem do "fim do mundo". Na literatura, o tema está em best sellers como a série "Deixados para Trás" (1995), "O Nome da Rosa" (1980), de Umberto Eco, e "Revelação", de CJ Sansom.

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