Governo Lula elogia material didático do MEC após erros da gestão Tarcísio
Do UOL, em São Paulo
01/09/2023 21h08Atualizada em 01/09/2023 21h15
O governo federal fez uma publicação sobre os livros didáticos oferecidos pelo Ministério da Educação um dia após reportagem do UOL mostrar erros no material produzido pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O que aconteceu:
O governo Lula disse que seus livros não possuem "erros gramaticais, de história ou geografia" e são distribuídos gratuitamente, em post da Secom (Secretaria de Comunicação) no X (antigo Twitter). A pasta também convidou a conhecerem o programa Nacional do Livro e do Material Didático.
Lembrete: Os livros do MEC são distribuídos gratuitamente, e não possuem erros gramaticais, de história ou geografia.
Secom
Erros no material didático de São Paulo
Parte do material digital produzido pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ser aplicado em salas de aula apresenta erros graves de informação em disciplinas como história e biologia.
Conteúdo ao qual a reportagem teve acesso afirma ter sido Dom Pedro 2º, e não sua filha, a Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea em 1888, colocando fim à escravidão no Brasil. O material é produzido pela Secretaria de Estado da Educação, comandada por Renato Feder.
A informação equivocada sobre a abolição está nos slides de história elaborados para os alunos do 8º ano do ensino fundamental. Segundo o UOL apurou, alguns diretores têm orientado os docentes a "pular" essa parte da aula, dedicada ao período conhecido como o Segundo Reinado, de Dom Pedro 2º.
A Secretaria de Estado da Educação disse que afastou os responsáveis pelos "graves erros". A pasta afirmou que a coordenadoria pedagógica vai reforçar a equipe de revisão para que haja aprimoramentos constantes nos recursos didáticos, sempre em total harmonia com o currículo paulista.
Em um outro conteúdo de história, destinado a estudantes do 9º ano do ensino fundamental, o governo paulista afirma que a cidade de São Paulo tem praias. O erro está em uma aula referente à rápida passagem de Jânio Quadros pela Presidência da República.
"A proibição do uso de biquínis foi adotada por Jânio Quadros em 1961, quando ele era prefeito de São Paulo. Ele emitiu um decreto vetando o uso de biquínis nas praias da cidade", diz o texto.
Os slides com erros de informação fazem parte de um material 100% digital produzido pela secretaria para aplicação nas 5.300 escolas do estado. Em abril, quando foi lançado,1.400 aulas de formação já estavam disponíveis no sistema como forma de complemento à rotina escolar. Hoje, são mais de 6.000 aulas prontas.
O secretário Renato Feder anunciou em agosto que o governo iria usar os slides como conteúdo único de formação, abrindo mão de aproximadamente 10 milhões de livros fornecidos pelo Ministério da Educação. Após repercussão negativa da medida, a gestão Tarcísio recuou. Antes disso, no entanto, o governador chegou a afirmar que o material digital foi criado para "aprofundar o conteúdo".