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Ministro da Educação diz que não dá para formar bom professor a distância

Camilo Santana, ministro da Educação, participou de evento organizado pela Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil Imagem: Divulgação/Semesp

Do UOL, em São Paulo

28/09/2023 12h07

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que um professor não pode se formar sem ter a experiência prática na sala de aula.

O que aconteceu

Camilo citou dados do último Enade, avaliação que mede o desempenho dos estudantes no ensino superior, para dizer que os cursos de licenciatura ficaram abaixo da nota 5 de uma escala de 0 a 10. O ministro disse que a pasta discute o assunto em um grupo de trabalho com representantes de universidades públicas e privadas.

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Questionado se achava que dá para formar um bom professor a distância, o ministro respondeu que não.

Precisamos garantir que os cursos de pedagogia e licenciatura devem ser focados no presencial. Claro que podemos usar o ensino a distância como complemento, de forma a aperfeiçoar. [...] Um professor não pode ser formado sem a experiência prática de sala de aula, isso não existe.
Camilo Santana, ministro da Educação

A declaração foi dada hoje durante o Fórum Nacional do Ensino Superior, organizado pela Semesp, entidade que representa as mantenedoras de ensino superior.

Com a pandemia, o número de curso a distância e de matriculados nessa modalidade no Brasil tem aumentado. Em 2020, o EAD registrou mais alunos que no presencial.

Quatro em cada dez professores da educação básica da rede pública têm formação inadequada, apontou um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União). Especialistas criticam o aumento desenfreado da educação a distância.

MEC avalia quais cursos devem ou não ser à distância

Segundo o ministro, a pasta tem discutido sobre o tema e quais cursos são possíveis de serem realizados 100% a distância. Camilo afirmou que a questão envolve universidades públicas e privadas e, por isso, o MEC vai abrir o tema para audiências públicas.

Uma portaria assinada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) determina que as universidades presenciais preencham até 40% de suas cargas horárias com ensino a distância. O presidente do CNE (Conselho Nacional de Educação), Luiz Curi, disse ser contra a medida, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Não somos contra a educação a distância, mas precisamos garantir a qualidade desses cursos. Quais cursos poderão ser feitos a distância? Qual a qualidade da avaliação? O MEC fará mudanças nas resoluções, mas tudo precisa ser feito a partir de diálogo. Não podemos aceitar que todos os cursos estejam abaixo da nota 5.
Camilo Santana, ministro

Uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação) prevê que todos os professores da educação básica estejam com o ensino superior adequado às suas áreas de conhecimento. Esse é um outro problema enfrentado pela rede pública.

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