SP: Colégio alerta pais sobre grupo no WhatsApp com pornografia e nazismo

O Colégio Dante Alighieri, na região central de São Paulo, enviou um alerta aos pais a respeito de um grupo no WhatsApp com conteúdos de pornografia, incitação ao suicídio e apologia ao nazismo.

O que aconteceu

No comunicado, o colégio recomendou aos pais que "solicitem a seus filhos que saiam o mais rápido possível desse grupo". O Dante diz que no grupo há estudantes do 5º ao 9º ano do ensino fundamental 2.

Entre os conteúdos compartilhados há fotos, figurinhas e gifs pornográficos. Segundo o colégio, imagens de facas afiadas também foram publicadas. Até o momento não se sabe a autoria do grupo.

O grupo, chamado de Meta 500, não permitia a entrada de outras pessoas que não fossem alunos, por exemplo. Segundo o colégio, na descrição havia a frase: "Não adicione sua família, só amigos e amigas".

Ao UOL, o colégio confirmou o envio do comunicado e disse que o grupo saiu do ar. "Quando o grupo é formado por menores de idade, a responsabilidade do conteúdo recai sobre os pais, que se tornam corresponsáveis pela publicação, ainda que não tenham tido nenhuma participação direta na postagem", diz nota do Dante.

Estudantes de outros colégios e até de outros estados e países faziam parte do grupo. "Pelo conteúdo analisado por nossa equipe, reforçamos a nossa preocupação, uma vez que pessoas mal-intencionadas podem entrar em contato com nossos alunos de modo privado, propondo desafios perigosos ou ainda solicitando o envio de fotos íntimas ou dinheiro por meio de ameaças", afirma trecho do comunicado.

Aos pais, o colégio também informou que a Coordenação de Relações Humanas e Convivência vai orientar os estudantes sobre a gravidade do grupo. "Tendo como referência o nosso Regimento, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e o fato de o WhatsApp ser indicado para maiores de 13 anos, conforme os termos de uso do aplicativo."

Nas redes sociais e em grupos fechados, é comum a cooptação de jovens para propagar discurso de ódio. Na pandemia, conforme mostrou reportagem do UOL, o fenômeno ganhou maior espaço.

O Ministério da Justiça foi procurado, mas não respondeu.

Continua após a publicidade

No ano passado, a pasta publicou uma portaria que estabelece medidas para prevenir a disseminação de conteúdos ilícitos nas redes sociais. A ação aconteceu após o aumento de ataques a escolas e a reprodução de publicações com apologia ao nazismo e discurso de ódio.

O colégio reforça sua preocupação com os respectivos alunos e ressalta as ações educativas praticadas por seus profissionais em favor da segurança digital, as quais se fazem presentes no currículo desde o ensino fundamental, e pede apoio, paralelamente, à efetiva colaboração das famílias na supervisão e orientação da vida online de seus filhos.
Trecho de nota enviada pelo Colégio Dante Alighieri

Atos antissemitas

Na semana passada, um aluno judeu da Beacon School, em São Paulo, foi vítima de atos antissemitas por parte de três colegas. Os adolescentes foram suspensos.

Os três estudantes desenharam símbolos e escreveram cânticos nazistas e antissemitas em seus cadernos. A escola abriu uma investigação interna e disse, na época, que iria conversar também com os pais dos alunos.

Deixe seu comentário

Só para assinantes