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No Enem 2012, escolas privadas de SP têm nota 17% maior

Em São Paulo

27/11/2013 09h20

Os dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2012 divulgados nesta terça-feira, 26, reafirmam discrepâncias históricas entre escolas públicas e privadas. Na média, a nota nas disciplinas objetivas (matemática, linguagens, ciências da natureza e ciências humanas) das particulares paulistas é 17,1% mais alta do que o desempenho da rede estadual, se descontadas as notas das escolas técnicas.

Enquanto a média das privadas é de 571,17 pontos, as públicas paulistas, sem as técnicas, têm 487,9. No país, a diferença entre públicas e particulares sobe para 20,3%.

Enem 2012 por escola

  • Arte UOL

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No Estado de São Paulo, pelo menos 165 escolas técnicas aparecem na lista e sobem a média da rede estadual para 501,27 pontos. No ranking das públicas estaduais, com 889 instituições, a primeira da rede convencional está apenas na 113.ª colocação: a Escola Estadual Coronel Marcos Ribeiro, no município de Fartura, a cerca de 360 km da capital.

Já no ranking de todo o Estado - com escolas das redes municipais, estadual e federal, além das privadas - a escola cai para a 1.233.ª posição, de 2.418 unidades. A melhor entre as públicas paulistas é a Escola Técnica Estadual de São Paulo. Para o diretor da Escola Estadual Coronel Marcos Ribeiro, Luciano Soares Gabriel, a diferença entre o trabalho nas instituições públicas e nas particulares está nas demandas dos estudantes. "Na rede privada, o principal é passar o conteúdo. Já nas públicas, temos de dar grande apoio aos alunos, do ponto de vista psicológico e social", afirma ele, que também leciona na rede privada.

De acordo com a professora da Faculdade de Educação da USP, Paula Louzano, a nota do colégio não indica a qualidade do ensino. "É injusto comparar escolas inseridas em contextos socioeconômicos desiguais", alerta. Para ela, o Ministério da Educação não deveria divulgar a nota por escola.

Também da Faculdade de Educação da USP, o professor Romualdo Portela concorda que a comparação é inadequada. "É natural que técnicas e federais tenham nota mais alta, por exemplo, porque fazem vestibulares que já selecionam os melhores estudantes", avalia. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".