Educação em SP tem 1ª melhora desde 2010, mas fica longe da meta
Pela primeira vez desde 2010, o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) teve alta nas duas etapas do ensino fundamental e também no médio. Os índices dos três ciclos, obtidos com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, são os maiores no período, mas ainda seguem em patamares baixos. Para especialistas, a melhora no fim do fundamental e no médio acontece mais pelo aumento na taxa de aprovação escolar.
O melhor resultado foi registrado no ciclo 1 do fundamental, entre o 1º e o 5º ano, que já seguia uma tendência de melhora na qualidade. O índice passou de 4,42, em 2013, para 4,76 no ano passado. Comparando o indicador de 2010, houve um salto de 20,2% nesta etapa. A meta do próprio governo estadual para esse indicador é 7.
O Idesp é calculado todos os anos com base nos resultados das notas dos estudantes em Matemática e Língua Portuguesa nas provas do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), combinados com as taxas de aprovação, reprovação e abandono escolar. O indicador mede o desempenho da rede estadual. Com base no resultado de cada escola no índice, o governo do Estado paga bônus aos servidores. Na última edição, houve recorde de comparecimento: 1,3 milhão de alunos fizeram a prova, o que corresponde a 90,1% da rede.
Redes municipais e privadas também podem participar do Saresp, de forma voluntária. Os dados das outras redes ainda não foram divulgados pela Secretaria Estadual da Educação. No fim do fundamental (6º ao 9º ano), o Idesp passou de 2,50, em 2013, para 2,62 no ano passado. Ainda está distante da meta para a fase, que é 8. Já no ensino médio, o índice chegou a 1,93 em 2014, ante 1,83 do ano anterior - o ideal seria chegar a 5.
Trajetória
As altas no ciclo 2 e no ensino médio são uma boa notícia, depois de alguns anos de tendência de estagnação. Em 2013, o fim do fundamental ficou estacionado em relação a 2014. Já no ensino médio houve queda, conforme o Estado revelou no ano passado. A maior parte dos alunos da rede estadual se concentra nessas duas etapas. No começo do fundamental, são as redes municipais que reúnem mais matrículas.
Professor da Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Alavarse afirma que o avanço no Idesp é importante, mas não revela melhora significativa de aprendizado. "O crescimento nos anos finais do fundamental e do ensino médio envolve a taxa de aprovação", avalia. "O problema é que a proficiência não está subindo."
A estagnação no fim do fundamental e no médio acompanha a tendência observada nas avaliações nacionais. Essas provas também sinalizam alta no primeiro ciclo do fundamental. "Mesmo nos anos iniciais, a nota passa do adequado na média. Isso quer dizer que tem muita gente acima, mas muitos abaixo daquele valor", diz Alavarse.
Segundo ele, é preciso rever algumas políticas estaduais. "O bônus em São Paulo é um fracasso", critica. E por ser o Estado mais rico do País, diz o especialista, as metas poderiam ser mais ousadas. "Hoje o aluno sai do ensino médio com o nível de aprendizado do 8º, 9º ano."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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